Empresas públicas contratarão projetos em BIM a partir de 2021
De acordo com a Estratégia Nacional para a Disseminação do BIM, a metodologia será exigida na elaboração de projetos de arquitetura e engenharia
Publicado em maio de 2018 pelo Governo Federal, o Decreto nº 9.377 instituiu a Estratégia Nacional para a Disseminação do Building Information Modeling (BIM), também conhecido como Estratégia BIM BR, cujo objetivo é desenvolver uma política pública para difundir e estimular a adoção da metodologia em projetos e obras brasileiras.
Em complemento ao Decreto, foi publicado o documento Construção Inteligente, onde são detalhadas ações e metas que devem ser seguidas para a difusão do BIM no setor da indústria da construção.
O texto divide a implantação da metodologia em três fases:
• A primeira, que deve ser realizada a partir de janeiro de 2021, trata da exigência de BIM na elaboração de projetos de arquitetura e engenharia;
• A segunda, a ser realizada a partir de janeiro de 2024, se refere ao uso do processo em algumas etapas que envolvem a obra, como o planejamento da execução do empreendimento;
• A terceira e última etapa, que deverá ser implementada a partir de 2028, trata da obrigatoriedade da tecnologia em todo o ciclo de vida da obra ao considerar atividades do pós-obra.
Tendo em vista as metas estabelecidas pela Estratégia BIM BR, representantes do Governo Federal e especialistas esperam que 2020 seja um marco para o uso do BIM no setor, com uma forte política para disseminação da metodologia no Brasil.
Durante o Seminário Fórum BIM, realizado em Porto Alegre no dia 5 de dezembro, o consultor estratégico e integrante do Comitê Estratégico do Governo Federal, Wilton Silva Catelani, informou que, a partir de 2021, “grandes organizações públicas como a Caixa Econômica Federal, o Metrô de São Paulo e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passarão a exigir contratações com a exigência do BIM”.
Também presente no evento, o especialista internacional no tema, professor e pesquisador da Universidade de Minho (Portugal), José Carlos Lino, ressaltou que a determinação dessas obrigatoriedades em editais e licitações mobiliza toda a cadeia do setor.
Segundo Lino, o Brasil apresenta maior criatividade e celeridade na implantação de novas tecnologias, em comparação a países mais desenvolvidos. O pesquisador afirma que o uso do BIM, “mesmo que de forma tímida e não tão generalizada”, está acontecendo de maneira mais estruturada no Brasil.
Em agosto deste ano, o Ministério da Economia publicou o edital de chamamento público nº 3/2019, que visa executar ações para reduzir a burocracia, além de aumentar a produtividade e competividade do setor. Entre os objetivos definidos está a melhoria da difusão do BIM e seus benefícios.
“A metodologia garante um resultado mais adequado, mais preciso com o que se espera, ou seja, uma obra concebida com o nível de qualidade exigido, com alto desempenho e vida útil aprofundada”, ressalta Catelani.
Fonte: aecweb.com.br