Venda de imóveis soma R$ 1,9 bilhão
Montante representa um aumento de 14% em relação ao total comercializado no ano anterior.
O mercado da construção civil começa a respirar melhor após um ano de estabilização e leve retomada das vendas. O valor das vendas gerais de imóveis, incluindo residenciais verticais e horizontais, comerciais e 2ª moradia, alcançou o patamar de R$ 1,9 bilhão em 2017 na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), 14% a mais que o registrado no ano anterior (R$ 1,6 bilhão), mas ainda 18% aquém do que foi comercializado em 2015 (R$ 2,3 milhões).
A comercialização de 2.531 unidades no período, entretanto, ainda foi 2,1% menor que em 2016, quando foram vendidas 2.587. O estudo mostra ainda que, comparado a 2015, a diferença em números de unidades comercializadas é bem maior, equivalente a uma queda de 39,8% (4.210 unidades). No ano passado, foram vendidas mais unidades de residenciais verticais (2.609), seguidas por comerciais (171), segunda moradia (162) e horizontais (129).
Ao todo, o mercado ainda dispõe de 6,9 mil unidades em estoque, que equivalem a R$ 4,7 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV), uma queda de 10,2% em relação ao ano anterior. A maior parte (4,9 mil) corresponde a imóveis residenciais verticais (em prédios), seguidos por comerciais (1.271), segunda moradia (409) e residenciais horizontais (312). Os dados são da última edição do Flash Imobiliário, divulgado na sexta-feira (19) pela Lopes Immobilis.
Mais lançamentos
Apesar da queda de 14 para 10 lançamentos entre 2016 e 2017, o levantamento Flash Imobiliário mostra que o VGV dos imóveis lançados no ano passado foi 36% superior que no ano anterior, passando de R$ 561 milhões para R$ 764 milhões. Também foram mais unidades lançadas em 2017: 971 ante 804 em 2016, um aumento de 77%.
De acordo com sócio e diretor executivo da Lopes Immobilis, Ricardo Bezerra, pelo menos 20 lançamentos devem acontecer em 2018 pelas construtoras, o dobro do que foi registrado em 2017. “Ano passado foi um bom ano, especialmente para o segmento residencial vertical. Para 2018, vemos um resultado muito positivo e com mais lançamentos. Acredito que será um bom ano”, aponta.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e do Grupo BSPAR, Beto Studart, recomendou cautela. “Os estoques estão diminuindo, mas ainda não a um nível que haja uma retomada de preço. Acho que a gente precisa aguardar um pouquinho mais, deixar para 2019, para a gente continuar observando. É de extrema cautela”, destaca Studart, apontando que sua incorporadora não fará lançamentos neste ano.
Ele ressalta que neste ano, com as eleições presidenciais, muita coisa ainda pode acontecer que desestabilize a retomada da economia, de forma que é mais razoável aguardar uma recuperação mais sólida. “Está tudo indo bem. A inflexão aconteceu, mas precisamos consolidar essa retomada”, pontua.
O posicionamento é reforçado por Emanuel Capistrano, presidente da Cooperativa da Construção Civil do Ceará (Coopercon) e diretor operacional da construtora Mota Machado. “Com a redução da taxa de juros, a gente acredita que vai começar a aparecer mais crédito tanto para a produção como para o cliente final. Nós estamos com produtos prontos para lançar, mas vamos observar o comportamento desse primeiro semestre”, diz.
Segmentos
Considerando apenas o segmento de residenciais verticais, foi comercializado o equivalente a R$ 1,65 milhão no ano passado, 24,5% a mais que em 2016 (R$ 1,3 milhão) e 1,8% que em 2015 (R$ 1,62 milhão). O valor corresponde à venda de 2.069 unidades residenciais verticais durante todo o ano de 2017, um avanço de 4,7% em relação a 2016 (1.975), mas ainda 24,5% a menos que em 2015 (2.741).