O escritório Counterspace, de Joanesburgo, África do Sul, foi selecionado para projetar o Serpentine Pavilion 2020. Sumayya Vally, Sarah de Villiers e Amina Kaskar, líderes do escritório colaborativo, são as profissionais mais jovens a projetar o famoso pavilhão.

Comemorando seu 50º aniversário e seu 20º pavilhão em 2020, a Serpentine tem sido uma plataforma para profissionais emergentes e artistas reconhecidos internacionalmente. Este ano, mais do que nunca, “o Serpentine Pavilion será um lugar de debate e novas ideias”, onde o público poderá explorar questões sobre como a arquitetura pode criar espaços que conectem, e não segreguem, as pessoas, ou, como a arquitetura pode promover o bem-estar da comunidade.

O Counterspace desenvolveu um projeto baseado em “reunir espaços e locais comunitários em torno da cidade […] e estender um programa público por Londres”. Com boa parte do seu trabalho partindo de abordagens interdisciplinares, o escritório mescla técnicas construtivas novas e vernaculares, criando espaços que evidenciam essa diferença de níveis tecnológicos. Com efeito, o Pavilhão será construído com uma variedade de materiais, incluindo módulos K-Briq e cortiça, feitos quase inteiramente com resíduos reciclados de outras construções.

O pavilhão é concebido como um evento – a reunião de uma variedade de formas extraídas de muitas partes de Londres. Essas formas são tomadas de alguns dos lugares, espaços e artefatos que ajudaram a fazer com que termos como “esmero” e “manutenção” se tornassem parte da identidade de Londres. As quebras, gradientes e variações de cor e textura entre diferentes partes do Pavilhão tornam essa reconstrução, ou compilação, facilmente legível. Como objeto, experienciado através do movimento, mostra continuidade e consistência, mas diferença e mudança são elementos incorporados a cada passo. – Sumayya Vally

 

Com relação à forma em si, o pavilhão foi gerado “a partir de um processo de adição, superposição, subtração e emenda de formas arquitetônicas, transcritas diretamente dos espaços existentes com particular relevância para os migrantes e outras comunidades periféricas em Londres”. A intervenção, aberta de 11 de junho a 11 de outubro de 2020, incluirá pequenas peças móveis que serão levadas a diferentes bairros de Londres após o evento.

Estamos animados para trabalhar com o Counterspace em nosso 20º Pavilhão e nosso 50º aniversário. A ideia de trabalhar com diferentes comunidades é muito importante para nós, e a proposta do Counterspace faz isso de modo notável; ficamos totalmente convencidos pela dimensão social de sua atuação. Elas trazem uma perspectiva africana, uma perspectiva internacional, mas estão trabalhando com locais e comunidades aqui em Londres e o projeto do pavilhão é inspirado nesse trabalho. Em todas as esferas da Serpentine, queremos fazer essas conexões entre artistas, arquitetos e comunidades onde quer que estejam. – Hans Ulrich Obrist, diretor artístico das Serpentine Galleries

Fonte: archdaily