Falta cerâmica na construção civil; Sindicato pede compreensão
O SindCerâmica culpa o excesso de chuvas, o isolamento social que levou a paralisação de várias empresas e o retorno da atividade da construção civil, o que aumentou bastante a demanda por produtos cerâmicos.
Reclamam as empresas da construção civil: estão faltando produtos cerâmicos no mercado cearense.
O Sindicato das Indústrias de Cimento e Cerâmica do Ceará (SindCerâmica) culpa o excesso de chuvas, o isolamento social que levou a paralisação de várias empresas causado pela pandemia do coronavírus e o retorno da atividade da construção civil, o que aumentou bastante a demanda por produtos cerâmicos.
Em comunicado distribuído hoje, dirigido aos empresários da construção civil, o SindCerâmica acrescenta, ainda, como fatores causadores dessa queda de oferta de seus produtos a dificuldade de reativar suas atividades, a redução da produtividade e a demanda crescente neste e em outros estados do Nordeste.
O comunicado é o seguinte, na íntegra:
“No último mês o mercado vem notando a escassez de produtos cerâmicos em todo território nacional. Este fato também está acontecendo no estado do Ceará . Assim, o Sindicato das Indústrias de cal e gesso, olaria, ladrilhos hidráulicos e produtos de cimento e cerâmica para a construção no estado do Ceará, vem através desta nota explicar os motivos que geraram está situação.
“Quando foram publicados os primeiros decretos de isolamento social em decorrência do coronavírus, a partir do dia 20/03, o setor mineral, do qual o setor cerâmico vermelho faz parte, foi autorizado a permanecer em funcionamento. Porém muitas empresas optaram em diminuir a produção, paralisar algumas unidades ou até mesmo suspenderam as atividades por alguns meses, utilizando as medidas legais disponíveis pela MP-936. Outras empresas foram fiscalizadas por entes públicos questionando a legalidade de seu funcionamento, durante o período do decreto de isolamento social, mesmo com todos os seus diretos de funcionar reservados, alguns empresários decidiram suspender as atividades devido a seguidos constrangimentos realizados por agentes fiscalizadores.
“Diante destes fatos, durante o mês abril a produção cerâmica no estado ficou muito limitada, atingindo uma grande redução, acima de 50%, conforme pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Ceara – FIEC (Impactos do COVID – 19 sobre as indústrias cearenses/Maio-2020) No final do mês abril e início maio, a demanda por produtos da construção civil acelerou bastante, pegando de surpresa muitos empresários do setor. Alguns ceramistas, conseguiram retornar logo as atividades das fábricas, por exemplo, aqueles que haviam somente reduzido a produção. Outros que tinham desligada plantas produtivas ou suspendido as atividades demoraram mais para retomar as atividades, organizar as equipes de trabalho, planejar para readequar e respeitar os protocolos de segurança existentes. Muitas delas, ainda não conseguiram voltar plenamente, isso é fato.
“Concomitante a religação das fábricas a demanda por produtos cerâmicos vem em um ritmo acelerado, sobretudo no varejo do interior do estado. Estados vizinhos como Piauí, Rio Grande do Norte, e Paraíba também tiveram medidas de isolamento social que reduziram a atividade industrial do setor cerâmico, o que provocou um intenso crescimento das demandas por produtos cerâmicos cearenses para estes estados. Não bastante, estes fatos, o mês de maio teve chuvas acima da média em algumas regiões do estado, o que dificultou ainda mais o processo produtivo das cerâmicas cearenses, que em 90% delas utilizam secagem natural. Somando todos estes fatores elencados até o momento, junho marcou a retomada parcialmente das atividades da construção civil no estado, fazendo a demanda crescer ainda mais.
“Desta forma, podemos relacionar os seguintes fatos, paralisação das atividades, dificuldade em reativar as atividades, redução da produtividade, ocorrência de chuvas, demanda crescente no estado e de outros estados do nordeste provocaram toda essa escassez de produtos cerâmicos. O sindicato em nome de seus associados reitera o compromisso de procurar atender a todo o setor construtivo, sabendo de sua importância social e econômica, sendo a cadeia da construção civil parte primordial para reacender a economia brasileira. Todo o setor está em empenhado em produzir plenamente para atender a demanda existente em um rápido período. Já temos informações que fábricas que estão paralisadas a anos já estão se organizando para voltar as atividades. Desta forma, solicitamos a compreensão de toda a sociedade cearense, neste momento, indústrias da construção civil, parceiros e o varejo de material de construção, informamos que logo voltaremos à normalidade. Marcelo Guimarães Tavares Presidente do SIndCerâmica”.