Neste ano, o faturamento deve ficar em R$ 1,1 bilhão, calcula o arquiteto Sérgio Athié, da A/W, que leva seu sobrenome e o do seu sócio, Ivo Wohnrath.
Tempo
Em 1983, quando a Berrini era quase nada, foi entregue o edifício Centenário, de cinco pavimentos. Com a região já valorizada, virou Centenarinho em 1996, ano em que despontou o Plaza Centenário, de 32 andares, apelidado de Robocop por sua fachada de metal, com 139 metros de altura, reinando absoluto na Marginal Pinheiros. Eram dois prédios com muros, sem conexão. Embora marcantes, a deterioração e desvalorização levaram à vacância, segundo o júri do Master Imobiliário.
A aquisição feita pela BR Properties, em 2017, “resgatou o complexo, com projeto da Athié Wohnrath”, avalia o júri do Master, endossando “as soluções técnicas e estéticas que devolveram um ícone à cidade”, numa referência ao Robocop.
Prédio bem antigo, segundo Athié, o Centenarinho foi inteiramente refeito, incluindo renovação da fachada e retirada de fileiras de pilares internos, para tornar eficiente a laje (com uma área de 3 mil m²) .
Por fora, foi envelopado com vidros. Por dentro, teve reforço estrutural. Na cobertura, ganhou área de lazer de 2,5 mil m² com quadras, mesas e ombrelones. Para o arquiteto, quem vê não consegue perceber mais sua origem nos anos 1980.
“Ressiginificação”
“No Robocop, foi retrofit no térreo”, diz Athié, que destaca a “ressignificação do complexo”, transformado em triplo A, classificação para o que há de melhor em edifícios corporativos. “Ele subiu de patamar.” A BR Properties pagou R$ 440 milhões na compra e investiu R$ 75 milhões no retrofit. “Unificamos os prédios, transformando em empreendimento único, e abrimos rua para pedestres com lojas e restaurantes”, conta o CEO Martin Jaco.
Satisfeito com a integração do complexo e a conexão com o entorno, ele fala do boulevard que dá passagem para qualquer pessoa chegar até a estação de trem Berrini. Enfatiza o selo Leed Gold, do Green Building Council, que atesta padrões típicos de um triplo A. Um dos resultados é a economia de 50% no uso de água e de 20% no consumo de energia.
Após o retrofit, que ainda incluiu a construção de edifício- garagem, o complexo – com área total de 54 mil m² – superou 62 mil m². O custo de aquisição por m² saiu por R$ 8,3 mil, com base no investimento total de R$ 515 milhões. “Se fosse fazer edificação igual a essa, em terreno vizinho, pagaria muito mais”, diz o CEO da BR Properties.
“Inspirar pessoas é a correta expressão do trabalho da Athié Wohnrath, realizado no edifício International Plaza”, certifica o júri, que premiou a nova casa do Bradesco BBI, na esquina das Avenidas Faria Lima e Juscelino Kubitschek.
Foram 172 dias entre o início do projeto e a obra concluída. “Prazo bastante curto”, diz Athié. “É um prédio mais moderno, mas desatualizado, precisava de retrofit para se adequar às operações do banco.”
A sede anterior não comportava toda a equipe. Com a mudança, foi possível expandir o número total de colaboradores em mais 10%. O projeto considerou 2 mil posições de trabalho, nos 17 andares do edifício, com 19 mil m² de área.
Em seu voto, o júri elogia os “conceitos de convívio, sustentabilidade, inovação e conforto”. Também cita “o esmero” da arquitetura de interiores.
Brasilidade
A decoração manifesta “brasilidade” com obras e gravuras de artistas nacionais, móveis de designers brasileiros, artesanato com cocares e peças indígenas. “Entregue em agosto de 2019, fez um ano agora”, conta Athié.
A inovação se concentra no bem-estar de colaboradores e clientes, com áreas de atendimento, salas para reunião e eventos. O arquiteto fala de multiplicidade de espaços e da “tecnologia com foco nas pessoas”, ressaltando uso de materiais que fazem conexão com a natureza, como a madeira certificada, plantas e folhagem.
Ele aponta o mobiliário residencial como base de acolhimento. Na cobertura, com vista da cidade, o paisagismo reforça a sensação de conforto, seja para encontros informais ou eventos corporativos.
Fonte: Terra