Demanda eleva receita do setor de máquinas e equipamentos

O bom desempenho de vários setores industriais, com destaque para os segmentos agropecuário e da construção civil, tem contribuído para o aumento da demanda por máquinas e equipamentos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), ao longo do primeiro trimestre de 2021, a receita total do setor avançou 28% frente ao mesmo período do ano passado.

Em Minas Gerais, a demanda também segue aquecida e a estimativa é de que o aumento tenha ficado próximo ao índice nacional. As expectativas para o ano são positivas e a tendência é de demanda firme.

De acordo com o membro do conselho administrativo da Abimaq e vice-presidente da Abimaq em Minas Gerais, Marcelo Veneroso, a demanda pelos produtos do setor está alta, o que é importante e colabora para a recuperação do segmento, que vinha registrando perdas há bastante tempo.

“O mercado de bens de capital está, realmente, com vendas acima da média e apresentando um crescimento bem expressivo, que vem sendo registrado desde julho do ano passado. A gente tem registrado números positivos. Os primeiros três meses de 2021 saíram da trajetória e foram muito bons. Em Minas a demanda está aquecida em diversos setores, com destaque para as máquinas agrícolas e para a construção civil”, explicou Veneroso.

De acordo com os dados da Abimaq, em março, o crescimento da receita interna foi de 21,7% na comparação com o mês de fevereiro de 2021 e de 45,1% em relação a março de 2020.

“Essa demanda aquecida e o aumento da receita são importantes para que a indústria recupere as perdas. Estamos recuperando as perdas ainda de 2020, mas desde 2013 o setor acumula quedas expressivas, próximas a 50%. Para recuperar os 50% de lá de trás temos que crescer 100%, mas temos boas perspectivas e acreditamos que as vendas continuarão aquecidas”, explicou.

Com a expectativa positiva, a projeção é de que o setor, em Minas, encerre o ano com crescimento de, pelo menos, 10% nas vendas. “Estamos muito otimistas e esperamos crescer dois dígitos em 2021. A princípio, projetamos 10% de aumento sobre 2020, mas acredito que vamos superar”.

Apesar do cenário de vendas positivo, o setor de máquinas e equipamentos vem enfrentando o desafio de comprar insumos. Com a demanda mundial aquecida, insumos importantes, como o aço, por exemplo, estão em falta e os preços subiram de forma expressiva.

No setor, o impacto é grande, uma vez que as indústrias, entre a assinatura dos contratos e entrega dos projetos, necessitam de tempo. E agora nesse intervalo vem registrando aumento dos preços dos insumos, o que, normalmente, não consegue repassar ao mercado.

“Estamos convivendo com a falta de insumos e o encarecimento dos mesmos. O impacto no nosso setor existe porque as empresas estão com investimentos em curso e com o aumento do preço precisam analisar novamente. O setor tem encontrado dificuldade em executar as vendas com prazo de entrega longo. Entre receber o pedido e executar, leva-se um tempo, e nesse período temos visto aumento dos custos. As empresas têm que arcar já que as regras de comércio não permitem o reajuste do contrato já firmado. Isso é o temor do nosso setor. Sempre buscamos negociar com os clientes, mas nem sempre conseguimos e a empresa tem que arcar com alguma coisa”, disse o representante da Abimaq.

Fonte: Diário do Comércio