Custos com materiais de construção mantêm ritmo de crescimento
Índice Nacional de Custo da Construção, medido pela FGV, apontou que, em maio, custos com materiais cresceram 2,81%, chegando ao 11º mês consecutivo com forte elevação
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que integra o levantamento sobre o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou alta de 2,22% em maio. Com a elevação apresentada, o INCC acumulou, nos últimos 12 meses, 15,26%, o maior valor para o período desde 2003 (16,18%).
Em relação ao acumulado de 2021, a alta já chega a 7,41%, a maior para o período desde 2003. Os resultados são impactados pelos custos com materiais e equipamentos de construção, que seguem com elevações expressivas.
Em maio, a taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços cresceu 2,81%. Este é o 11º mês consecutivo com forte elevação no índice. De janeiro a maio deste ano o aumento foi de 14,09%, o maior para o período desde o início da divulgação da sua série histórica em 1996. Em 12 meses, o crescimento chega a 32,81%.
Com relação ao custo com mão de obra, o índice subiu 1,92% em função de aumentos observados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. No acumulado de 2021, a alta foi de 2,76% e, em 12 meses, 4,91%.
Com as altas seguidas no valor dos materiais de construção, a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda
Vasconcelos alerta que, “particularmente nas obras públicas, caso não aconteça um reequilíbrio econômico nos contratos, projetos já iniciados poderão ser inviabilizados”.
Isso porque os aumentos, na proporção que estão acontecendo, eram impossíveis de serem previstos. “As construtoras não conseguem mais absorver altas tão expressivas”, afirma.
Ela informa, ainda, que no mercado imobiliário os lançamentos de novas unidades podem ser adiados devido às incertezas sobre o futuro.
“A falta de previsibilidade para a solução desse problema, que completará um ano no próximo mês, prejudica não somente a construção, mas a economia nacional como um todo. Num momento em que o desemprego alcança patamares recordes, o setor poderia estar contribuindo muito mais para incrementar as atividades do País”, diz.