Inflação do aluguel desacelera em junho, mas acumula alta de 35,75% em 12 meses
O IGP-M de junho terá efeito nos contratos de locação com vencimento em julho
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), conhecido como a inflação do aluguel, desacelerou e subiu 0,60% em junho, informou nesta terça-feira (29) a FGV (Fundação Getulio Vargas).
Analistas ouvidos pela Bloomberg protejavam que o IGP-M ficasse em 1% em junho, batendo 36,28% no acumulado em 12 meses.
Segundo a FGV, a desaleração era prevista e ocorre devido à combinação da valorização do real e o recuo dos preços de commodities negociadas em dólar, como minério, soja e milho.
O IGP-M de junho terá efeito nos contratos de locação com vencimento em julho. Nos casos em que os proprietários decidam aplicar integralmente a variação, o primeiro pagamento reajustado será em agosto. Um aluguel de R$ 2.000 passará a R$ 2.715, com o IGP-M atual.
TRAJETÓRIA DE ALTA DO IGP-M
A trajetória de alta do IGP-M teve início do segundo semestre do ano passado, em decorrência, principalmente, de matérias primas brutas que são negociadas em dólar.
O descolamento do índice em relação à inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) aqueceu debates quanto a ser o IGP-M o melhor indexador para os contratos de locação, uma vez que a maior parte da composição dele refere-se aos preços no atacado.
O INCC (Índice Nacional de Custos das Construção Civil), que acumula alta de 16,88% em 12 meses até junho, responde por apenas 10% do IGP-M. O restante é distribuído pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com 30%, e pelo IPA (ìndice de Preços ao Produtor Amplo), com 60%.
O cenário de moeda desvalorizada e retomada da atividade econômica em países compradores de commodities brasileiras, como é o caso da China e dos Estados Unidos, melhoraram as condições para exportação, pressionando os preços no mercado interno.
Com isso, o IPA acumula alta de 47,53% em um ano. De uma variação mensal de 5,23%, em maio, esse índice avançou 0,42% em junho, influenciado principalmente pelas matérias-primas brutas, que registraram queda de 1,28%. Em maio, esses produtos haviam tido alta de 10,15%.