Alta nos custos dos materiais de construção começa a desacelerar
Apesar de apresentar em setembro a taxa mais alta entre os componentes do INCC, o subgrupo Materiais e Equipamentos teve a quarta desaceleração mensal consecutiva
Análise produzida pelo FGV/IBRE para o SindusCon-SP mostra que a alta nos custos dos materiais de construção está em desaceleração. De acordo com o documento, neste mês de setembro o Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) registrou variação de 0,56%, o mesmo número de agosto. O percentual é decorrente das elevações observadas nos componentes Mão de Obra (0,27%), Serviços (0,56%) e Materiais e Equipamentos (0,89%) — este último, apesar de apresentar a taxa mais alta entre todos os componentes que integram o INCC, teve a quarta desaceleração mensal consecutiva.
Em setembro, as contribuições principais de Materiais e Equipamentos vieram das Argamassas (2,05%), da Massa de Concreto (1,93%) e dos Vergalhões (0,78%). A desaceleração observada neste mês confirma a tendência iniciada em junho e já se reflete no índice acumulado dos últimos 12 meses — que foi de 34,52% em julho e agora está em 31,47%. Entretanto, mesmo com a diminuição na taxa mensal, os custos continuam em um patamar bastante alto. Segundo a Sondagem da Construção do FGV/IBRE de setembro, o preço elevado dos insumos permanece como o principal obstáculo a ser superado para a melhora dos negócios no setor.
“De todo modo, a tendência para os próximos meses é de que a taxa em 12 meses vá retrocedendo. Vale notar que uma das principais fontes de pressão sobre os custos dos materiais, a alta dos preços das commodities, tem se reduzido com a queda em dólar no mercado internacional”, destaca a análise do FGV/IBRE, lembrando que o IPCA-15 em setembro ficou em 1,14% (maio variação mensal desde fevereiro de 2016). “O que mostra um risco importante para a economia: a disseminação da alta dos preços”, contina o texto.
Ainda de acordo com o FGV/IBRE, a alta acentuada da taxa Selic não traz tranquilidade para o setor. Isso porque os aumentos nas taxas dos contratos novos de crédito habitacional já contribuíram para alteração do humor das empresas. Em setembro, o Indicador de Expectativas da Sondagem registrou queda pelo segundo mês seguido. Porém, o Indicador de Evolução Recente da Atividade mostrou que a percepção positiva sobre a situação atual está mantida. Com isso, as empresas permanecerão com mais contratações do que demissões.
Confiança da construção
Também foi divulgado nesta segunda-feira (27), pela FGV, o Índice de Confiança da Construção, que permaneceu relativamente estável em setembro com a variação de 0,1 ponto. Com isso, o indicador chegou a 96,4 pontos — número mais alto desde fevereiro de 2014, quando foram registrados 96,7 pontos. Já na média móvel trimestral, o avanço em setembro foi de 1,3 ponto, sendo este o quarto mês consecutivo de alta.