Quais capitais tiveram o maior aumento no preço do aluguel residencial?

Nos últimos 12 meses, a alta nos contratos de locação chegou a 37% em cidade do Sul do Brasil, aponta FipeZap

O preço médio visto nos anúncios de imóveis para aluguel residencial subiu 16,52% nos últimos 12 meses nas 25 cidades analisadas pelo levantamento Índice FipeZAP+ de Locação Residencial. O percentual fica muito acima de medidores de infação, como o IPCA (+3,94%) e o IGP-M/FGV (-4,47%).

Apesar da alta nacional já expressiva, a situação é ainda mais alarmante em cinco das 11 capitais que entram no estudo. Em Florianópolis (SC), o aumento do preço médio chegou a aumentar 37,83% em 12 meses. Goiânia (GO) não fica muito atrás, com alta média de 36,98% no período.

Segundo o economista especializado em mercado imobiliário do DataZAP+, Pedro Tenório, Florianópolis vem passando por forte valorização desde o início da pandemia, num rali que ainda não terminou.

“Em Goiânia também observamos os preços de venda subindo bastante acima da média nacional, assim como os de locação, numa dinâmica semelhante à de Florianópolis. Entretanto, vale ressaltar uma diferença nos dois processos: em Goiânia os aumentos de preços de venda e locação têm acontecido quase simultaneamente, o que é explicado em grande parte pelo importante impacto do PIB agropecuário no mercado de trabalho local”, afirma.

As outras capitais que ficaram com uma alta acima da média nacional foram ; Fortaleza (+22,35%); Curitiba (+21,45%); Rio de Janeiro (+20,22%) e Belo Horizonte (+18,46%).

Entre as capitais que tiveram aumento abaixo da média nacional estão São Paulo (+14,37%); Porto Alegre (+12,93%); Recife (+10,94%); Brasília (+10,68%) e Salvador (+9,68%).

Apesar das fortes altas em Floripa e Goiânia, São Paulo segue dona do metro quadrado mais caro para aluguel residencial , em média R$ 48,23/m². A capital catarinense aparece em segundo lugar Florianópolis (R$47,44/m²), seguida de Recife (R$ 43,94/m²), Rio de Janeiro (R$ 41,70/m²) e Brasília (R$ 38,19/m²).

Desaceleração

No mês de maio, a alta média nacional dos aluguéis residenciais ficou em 1,29%. Apesar do aumento de preços, os resultados do último mês indicam uma nova desaceleração em comparação a março (+1,75%) e abril (+1,68%). De acordo com Tenório, esse ritmo menor de alta de preços é a tendência para os próximos meses.

“Existe uma tendência natural de desaceleração dos preços de locação, uma vez que a alta que ainda estamos vendo foi motivada pelo avanço significativo do mercado de trabalho em 2022 e também pela inflação mais alta. Mas não projetamos repetição dessas dinâmicas em 2023, o que deve impactar nesse movimento”, diz.

Para quem pensa em comprar um imóvel para fins de locação, como fonte de renda, o levantamento da FipeZap indica que o retorno do aluguel encerrou maio a 5,42% ao ano, bem abaixo de aplicações financeiras de baixo risco, que atualmente remuneram mais de 12% ao ano, por causa dos juros altos que seguem a taxa básica (Selic), que está em 13,75% ao ano.

Fonte: Valor Investe