Extremos do clima impactam setor de construção civil no Estado

Canteiros de obra costumam reforçar proteções quando há alerta de perigo para tempestades e ventos fortes

Assim como os demais setores da economia, o segmento da construção civil não saiu ileso de eventos climáticos extremos como as tempestades que atingiram o Rio Grande do Sul no início desta semana. Entre as principais adversidades estão os impactos logísticos na entrega de materiais, a dificuldade de transporte de trabalhadores até os canteiros de obra e a falta de energia que afeta diferentes frentes da construção.

A obra é dependente de energia, então vejo como o principal problema para o setor. A falta dela acaba afetando a estrutura administrativa das empresas, a logística, a comunicação e os próprios trabalhadores”, enumera o presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum.

A questão da mão de obra no setor também teve um forte impacto com as tempestades recentes, conforme Teitelbaum. “Nesse caso, como teve um estrago grande, muitos trabalhadores tiveram danos graves em suas residências e no próprio caminho para chegar em suas casas, o que acaba gerando um absenteísmo, mesmo quando a obra está com energia restabelecida”, aponta.

O presidente do Sinduscon-RS destaca ainda a importância de alertas de perigo potencial de temporais e ventos fortes, como os que foram emitidos por institutos de metereologia e pela Defesa Civil do Estado no início da semana antes das ocorrências. “Quando somos avisados, as obras conseguem reforçar suas proteções e fixações, são retirados materiais soltos, ou seja, conseguimos nos preparar com antecedência”, diz, citando que não houve registros de algum tipo de acidente provocado pelos temporais dentro dos canteiros de obra no Rio Grande do Sul.

Eventos costumam gerar alta demanda por material de construção

No segmento de varejo de materiais de construção, eventos climáticos extremos costumam gerar uma alta demanda por materiais de construção, especialmente por telhas, lonas e materiais de limpeza, conforme menciona a presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac) Porto Alegre, Vanessa Bizotto.

“O que como entidade passamos e construímos com os nossos associados é que não utilizem momentos de extrema vulnerabilidade para aplicar aumentos abusivos e, sim, mantenham valores praticados pelo mercado e organizem seus estoques para atender essas demandas quando surgirem”, orienta Vanessa.

O empresário do setor e diretor conselheiro da Acomac Jaime Silvano acrescenta que existe no mercado uma série de materiais feitos para resistir a ocorrências do clima de grande magnitude, porém, com valores que não são acessíveis a todos os públicos.

“Existem inúmeros materiais como telhados com estrutura em aço e telhas de materiais metálicos com alta resistência a vendáveis, no entanto, possuem preços mais altos. Por outro lado, há uma grande demanda hoje por telhas de fibrocimento que são mais acessíveis, mas também mais frágeis”, detalha.

Sinduscon-RS concede equipes para retiradas de árvores

O presidente do Sinduscon-RS, Claudio Teitelbaum, afirma que a entidade se aliou a outros representantes do movimento Porto Alegre+, que é composto por mais de 40 entidades de segmentos como comércio, varejo, indústria, serviços, urbanismo, empreendedorismo e inovação, para uma força-tarefa com o objetivo de auxiliar a prefeitura de Porto Alegre com os estragos gerados pelas recentes tempestades.

“Colocamos equipes treinadas e abastecidas de caminhão munck e motosserras para corte de árvore e remoção dos troncos nas ruas, com o intuito de contribuir para o pronto restabelecimento das condições normais da cidade”, relata Teitelbaum.

Fonte: Jornal do Comércio