Custo da indústria cai 1% em 2024 mas está 28% maior que pré-pandemia
Indicador calculado pela CNI teve queda nos custos de produção da indústria e também no custo com capital, mas os tributos tiveram aumento
Os custos da indústria de transformação caíram 1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2023, e 4,2% ante igual período do ano passado, de acordo com levantamento divulgado nesta sexta-feira (28/6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O indicador caiu em cinco trimestres consecutivos, subiu no quarto trimestre de 2023 e voltou a cair no levantamento atual. Com isso, tem uma queda acumulada de 7,8% em 12 meses. Ainda assim, de acordo com a CNI, os custos industriais permanecem 28% acima do patamar do primeiro trimestre de 2020, pré-pandemia.
“A queda é positiva, pois significa menos custos para o empresário da indústria de transformação. Mas, quando comparamos com o primeiro trimestre de 2020 [antes da pandemia], os empresários industriais ainda enfrentam um cenário de custos elevados para manter profissionais, para conseguir capital de giro e para continuar produzindo”, explica a economista da CNI Paula Verlangeiro.
Componentes
Dois dos três componentes do indicador tiveram queda nos três primeiros meses de 2024. O custo de produção, que engloba custos com energia, pessoal e intermediários, caiu 1,4% ante o quarto trimestre de 2023 e 5,5% sobre o mesmo período do ano passado. Em quatro trimestres, esse componente recuou 9%, segundo a pesquisa Indicador de Custos Industriais. O custo de produção está 44% acima do período pré-pandemia.
O custo de capital teve recuo de 2% no primeiro trimestre sobre o período imediatamente anterior e queda de 15% na comparação com igual período de 2023. No acumulado de 12 meses, a queda no componente é de 6,2%. As quedas estão relacionadas, segundo a CNI, com os seis cortes seguidos de 0,5 ponto percentual, entre agosto de 2023 e março de 2024, da taxa Selic.
O custo tributário, terceiro componente do indicador de custos industriais, teve alta de 1,7% na atual pesquisa na comparação com a última divulgação, e subiu 13% ante o primeiro trimestre de 2023. Em 12 meses ficou praticamente estável, com alta de 0,6%.