Sobratema estima crescimento de 3% nas vendas da Linha Amarela em 2024
Segundo a sondagem, segmento deve chegar a quase 33 mil unidades comercializadas até o final do ano
Após um 1º semestre de estabilidade, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção estima um crescimento de 3% nas vendas de equipamentos da Linha Amarela (movimentação de terra) em 2024, alcançando 32,9 mil unidades comercializadas até o final deste ano.
Com isso, o mercado reverte o resultado obtido em 2023, quando apresentou queda de 18% nas vendas.
“Esse setor viveu um ciclo de crescimento entre 2010 e 2014, com uma média de 29,6 mil equipamentos vendidos no período”, afirmou Mario Miranda, coordenador do Estudo de Mercado da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema).
“Em 2020, se iniciou um novo período de alta e, até este ano, a média de máquinas comercializadas chegou a 31,9 mil, o que representa um ciclo bastante positivo”, completou o consultor durante o Webinar Sobratema Atualização das Tendências no Mercado da Construção, realizado no dia 25 de junho.
O resultado está relacionado às obras de infraestrutura e ao Programa Minha Casa Minha Vida, assim como aumento das locações de máquinas, movimentos gerados pelo agronegócio e pela mineração e, ainda, retomada da aquisição de máquinas no semestre.
Por outro lado, há desafios para o setor, principalmente a dificuldade de acesso ao crédito, altas taxas de juros e inflação, com receio quanto ao aumento da carga tributária e dos custos operacionais, devido à escassez de mão de obra e elevação do preço dos insumos.
“A questão do crédito está ligada não apenas à alta taxa de juros, mas também ao maior rigor para aprovação desses financiamentos”, observou Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, que também comentou sobre a dificuldade para atrair jovens para o mercado, o que tem levado empresas a investir cada vez mais em educação, qualificação e capacitação profissional.
“A modernização das máquinas, com maior tecnologia embarcada, exige uma preparação ainda maior dos operadores”, comentou Andrea Zámolyi Park, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Rodoviárias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (CSMR/Abimaq), salientando ainda a importância da sustentabilidade e segurança para o segmento.
“Ou seja, é preciso prover treinamento. Por isso, a indústria tem realizado programas sociais de educação com foco em tecnologia, engenharia e matemática para despertar o interesse dos jovens pelo setor”, ressaltou.
De acordo com Luciano Rocha, diretor comercial da Armac, a companhia também trabalha com programas de formação e capacitação de jovens e profissionais, a fim de proporcionar uma carreira interessante no segmento.
“Devido à nossa escala, precisamos de pessoas para manutenção e para operação de maneira intensiva”, explicou.
Em suas colocações, o executivo também ponderou sobre o crescimento da empresa no 1º semestre, acompanhando o cenário positivo do setor de locação.
O relatório da Sobratema trouxe ainda um dado que mostra a evolução dos negócios do mercado de equipamentos: a frota parada alcançou o menor índice, com 14% em média ponderada.
“Essa redução tem sido crescente desde 2017, quando a média era de 57%”, destacou Miranda, que tratou também das tendências de mercado.
“Para 29% das construtoras, locadoras e dealers participantes do Estudo de Mercado ainda haverá uma preferência por máquinas à combustão à diesel, enquanto 26% avaliam a oferta de equipamentos híbridos (combustão e elétricos)”, disse o consultor.
Mirando concluiu a apresentação afirmando que o mercado de máquinas de construção e mineração está preparado para suportar as inúmeras oportunidades e demandas das empresas, adaptando-se às tendências, aplicando tecnologias emergentes e buscando atender às necessidades de infraestrutura e exigências por práticas sustentáveis.