Setores imobiliário e de construção civil devem movimentar R$ 36,9 bilhões em Minas Gerais

Crescimento, embora positivo, é inferior à média nacional e pode indicar mudanças no perfil de consumo da população

Os setores de imóveis e construção civil devem, juntos, movimentar cerca de R$ 36,9 bilhões até o final deste ano em Minas Gerais – um avanço de 7,8% na comparação com 2023. Os dados constam na Pesquisa IPC Maps, especializada no potencial de consumo dos brasileiros.

Na análise individual, o levantamento mostra que a aquisição de imóveis pode avançar 6% em 2024, movimentando aproximadamente R$ 8,8 bilhões. No recorte por classe social, o setor imobiliário atingirá maior crescimento entre a classe C (15,4%), seguido pelas classes A (9,6%), D-E (9,2%). Já entre a classe B, é esperado um menor avanço, de apenas 2,5%.

Em relação ao setor de construção civil, a previsão é que a categoria injete cerca de R$ 28 bilhões na economia mineira com crescimento projetado de 8,4% neste ano. Novamente, o maior crescimento está concentrado no público C, com acréscimo de 16,5%, seguido pelos públicos D-E (9,2%), A (7,4%) e B (3%).

Embora Minas Gerais tenha evoluído em diferentes frentes, para o especialista responsável pelo IPC Maps, Marcos Pazzini, o resultado geral é inferior à média nacional. No Brasil, é estimado um incremento de 10,3% para 2024 na comparação com o ano anterior.

Segundo Pazzini, é possível perceber um aumento de participação do Estado no consumo total brasileiro. “Em 2024, 10,15% do consumo no Brasil é em Minas Gerais com incrementos que chegam a R$ 60 bilhões a mais no bolso da população ao comparar com 2023. No entanto, esse aumento não acontece na mesma proporção para alguns setores, incluindo estes analisados”, observa.

Com isso, o especialista indica que é possível traçar hipóteses quanto ao comportamento dos consumidores no Estado. Uma das mais prováveis é que a população em Minas Gerais possa estar direcionando recursos em outras prioridades ao invés de imóveis, como pagamento de dívidas, comprometimento maior com necessidades básicas e novas opções de investimentos.

As classes A, C, D e E são as que impulsionam o desempenho das categorias. Pazzini acrescenta que o acesso à primeira residência, bem como a realização de reformas podem ser fatores que estimulem os acréscimos, especialmente para as classes C, D e E. Com relação ao público A, entram também a realização de investimentos imobiliários, que são mais acentuados entre o perfil de alta renda.

Na comparação entre o primeiro e o atual trimestre deste ano, o especialista afirma que uma melhora na perspectiva econômica brasileira traz otimismo para o setor. Avanços nas duas categorias são apontados como certos, já que os próximos meses são caracterizados por maiores movimentações na economia. “A entrada de mais recursos, como o 13º salário, pode favorecer o mercado, tanto no final do ano como no começo do ano seguinte, que é um período de execução mais intensa”, conclui Pazzini.

No Brasil, projeções ultrapassam R$ 300 bilhões

Além de Minas Gerais, diversos estados pelo Brasil seguem registrando incrementos em ambas as categorias, totalizando R$ 370,6 bilhões, conforme divulgado pela IPC Maps. A alta é puxada pela aquisição de imóveis (10,3%), que deve movimentar R$ 114,6 bilhões, enquanto em construções a estimativa alcança R$ 256 bilhões: um acréscimo de 8,3% ao comparar com o ano passado.

São Paulo, a maior economia do Brasil, lidera entre os estados com maiores perspectivas de gastos, respondendo por cerca R$ 105,2 bilhões dos gastos – quase um terço do total previsto no Brasil. Embora acentuado, é o Distrito Federal que apresenta o maior crescimento nos setores, com incremento de 24,6%, totalizando R$ 5,7 bilhões em movimentação.

Já os estados de Amapá, Roraima e Rondônia reduziram a participação no consumo de imóveis e construção com quedas de 13,9%, 11,6% e 6,6% respectivamente.

Fonte: Diário do Comércio