Fortaleza – CE | sábado 5 de julho de 2025 / 12:48

Confiança da indústria brasileira recua levemente em fevereiro, aponta FGV

Índice de Confiança da Indústria atinge 98,3 pontos, refletindo cautela dos empresários sobre o cenário econômico

A confiança da indústria brasileira registrou leve queda em fevereiro, mantendo o tom de cautela entre os empresários em relação ao ambiente de negócios atual. Segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (26), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 0,1 ponto na comparação com janeiro, alcançando 98,3 pontos.

O Índice de Situação Atual (ISA), que mede a percepção dos empresários sobre as condições presentes do setor industrial, também apresentou queda de 0,5 ponto, ficando em 100,4 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE), que avalia a visão dos empresários para os próximos meses, avançou 0,4 ponto, atingindo 96,3 pontos.

Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, explicou que as expectativas de curto prazo, relacionadas à produção e contratação, mostraram melhora no mês, compensando parte do resultado negativo observado em janeiro. No entanto, ele destacou que, em um horizonte mais amplo de seis meses, o sentimento dos empresários ainda reflete pessimismo, com essa visão espalhada por diferentes segmentos industriais.

“A combinação de juros elevados, câmbio desvalorizado e uma perspectiva geral de desaceleração da economia pode tornar 2025 um ano desafiador para o setor industrial, apesar dos bons resultados registrados em 2024”, afirmou Pacini.

Atualmente, a taxa básica de juros Selic está fixada em 13,25% ao ano, e o Banco Central já sinalizou um novo aumento de 1 ponto percentual para março, o que pode pressionar ainda mais o setor.

Apesar do cenário desafiador, os estoques industriais apresentaram leve melhora. O nível de estoques avançou 0,9 ponto em fevereiro, atingindo 95,3 pontos, o melhor resultado desde fevereiro de 2022 (89,9 pontos). De acordo com a FGV, quando esse indicador supera 100 pontos, sugere que a indústria está operando com estoques excessivos ou acima do ideal.

Entre os quesitos que compõem o ISA, houve piora apenas na avaliação da situação atual dos negócios, com recuo de 2,9 pontos, para 96,1 pontos, marcando a quarta queda consecutiva do indicador.

Os dados reforçam a complexidade do cenário enfrentado pelo setor industrial, com desafios tanto no curto quanto no médio prazo, enquanto os empresários buscam equilibrar a demanda, os custos e as incertezas econômicas.

Fonte: Redação

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