O setor imobiliário brasileiro encerrou o quarto trimestre de 2024 com um desempenho positivo nas vendas de unidades residenciais. De acordo com dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) , foram comercializadas 104.194 unidades no período, representando um aumento de 19,4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. No entanto, na comparação com o terceiro trimestre de 2024, houve uma retração de 4,1% , indicando uma possível desaceleração no curto prazo.
Desempenho regional
A região Norte se destacou com o maior crescimento percentual no volume de vendas, registrando um aumento de 49,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Nordeste e o Centro-Oeste também apresentaram desempenhos expressivos, com altas de 21,2% em ambas as regiões. No Sudeste, a expansão foi de 23,3% , enquanto a região Sul teve um crescimento mais modesto, de 5,5% .
No acumulado dos últimos 12 meses, o total de unidades comercializadas atingiu 400.547 , um crescimento de 20,9% em relação ao período anterior. O Sudeste liderou o ranking de vendas acumuladas, com 205.477 unidades , seguido pelo Sul (84.477 unidades ) e pelo Nordeste (73.413 unidades ). As regiões Centro-Oeste e Norte registraram volumes menores, com 26.002 e 11.178 unidades , respectivamente.
Valor Geral de Vendas (VGV) reflete aquecimento do setor
O Valor Geral de Vendas (VGV) também demonstrou o fortalecimento do mercado imobiliário no quarto trimestre de 2024, alcançando R$ 64 bilhões . Esse montante representa um crescimento de 22,6% em relação ao mesmo período de 2023 e de 9,3% frente ao trimestre anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o VGV somou R$ 229 bilhões , consolidando uma tendência de expansão no setor.
Impactos no mercado de construção civil
Especialistas destacam que o crescimento no setor imobiliário tem reflexos diretos na construção civil, impulsionando a demanda por equipamentos e serviços. Diretor de uma empresa de locação de máquinas para construção civil em Cascavel (PR), José Antônio Valente ressalta que o aumento no volume de unidades comercializadas exige maior capacidade produtiva das construtoras. “O avanço significativo nas vendas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, reforça a necessidade de soluções eficientes para otimizar os canteiros de obras, onde a infraestrutura ainda está em desenvolvimento”, afirma.
José Antônio acrescenta que o setor de locação de equipamentos se beneficia desse cenário, tornando-se uma alternativa atrativa para investidores. “O modelo de negócios baseado em locação oferece alta demanda e potencial de crescimento sustentável no longo prazo, além de exigir menos capital imobilizado em comparação às incorporadoras”, explica.
Queda nas vendas entre trimestres
Apesar do desempenho positivo no comparativo anual, algumas regiões apresentaram queda nas vendas entre o terceiro e o quarto trimestre de 2024. O Sudeste registrou uma retração de 5,6% , enquanto o Centro-Oeste e o Sul tiveram quedas de 6% e 5,8% , respectivamente. O Nordeste apresentou um recuo leve de 3% , e o Norte foi a única região que manteve crescimento, com alta de 42,5% na comparação trimestral.
Oportunidades no mercado de locação
Para especialistas, o atual cenário abre oportunidades promissoras no segmento de locação de equipamentos. Com a expansão do setor imobiliário, empresas especializadas em locação têm a chance de ampliar seus portfólios e oferecer soluções customizadas para construtoras que buscam eficiência operacional e redução de custos. “Esse é um momento estratégico para o setor de locação, que pode se consolidar como um parceiro essencial para a indústria da construção civil”, conclui José Antônio.