Fortaleza – CE | quarta-feira 18 de junho de 2025 / 06:57

IGP-M tem queda de 0,34% em março, aponta FGV

Conhecido como "inflação do aluguel", índice acumula alta de 8,58% em 12 meses

Em março, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado como referência para reajustes de contratos de aluguel, registrou queda de 0,34%, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado contrasta com a alta de 1,06% observada em fevereiro e reflete principalmente a desvalorização do minério de ferro no mercado internacional.

O recuo no IGP-M foi influenciado pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do cálculo geral. Em março, o IPA apresentou variação negativa de 0,73%, impulsionada pela queda de 3,64% nos preços do minério de ferro. Para o economista Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), a tendência está ligada às tensões comerciais globais, especialmente as medidas protecionistas adotadas pelos Estados Unidos.

Impacto nos Consumidores

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, desacelerou para 0,80% em março, ante 0,91% em fevereiro. A redução foi puxada pela queda nas mensalidades escolares e pela forte baixa nos preços das passagens aéreas, que recuaram 13,71%. No entanto, nem todos os itens tiveram comportamento semelhante: produtos como ovos (+19,16%) e café em pó (+8,76%) registraram aumentos expressivos, pressionando o orçamento das famílias.

A inflação sentida pelos brasileiros também foi destacada pelo IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial. O indicador, divulgado pelo IBGE, mostrou alta de 0,64% no mesmo período, com alimentos liderando os impactos sobre os gastos cotidianos.

Cenário da Construção Civil

O terceiro componente do IGP-M, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), também apresentou desaceleração, passando de 0,51% em fevereiro para 0,38% em março. Segundo Dias, a redução foi influenciada pela menor variação nos custos com mão de obra, que caiu de 0,59% para 0,35% no mesmo período.

No acumulado de 12 meses, o IGP-M soma alta de 8,58%, mas a deflação de março marca a menor taxa desde março de 2024, quando o índice ficou em -0,47%. Para especialistas, o cenário atual reflete um equilíbrio entre fatores internacionais, como as disputas comerciais, e dinâmicas domésticas, como a demanda por serviços e alimentos.

Fonte: Redação

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