Fortaleza – CE | terça-feira 1 de julho de 2025 / 12:34

Confiança da construção registra primeira alta em 2025

Índices de situação atual e expectativas avançam, mas setor ainda enfrenta desafios como escassez de mão de obra qualificada

O Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pelo FGV IBRE, registrou uma alta de 0,7 ponto em março, alcançando 95,0 pontos. Essa foi a primeira melhora após dois meses consecutivos de retração. Apesar do avanço pontual, a média móvel trimestral do índice apresentou queda de 1,7 ponto, indicando que o otimismo ainda não se consolidou plenamente no setor.

Melhora nas Expectativas e no Momento Atual

De acordo com Ana Maria Castelo, Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, o primeiro trimestre de 2025 encerrou com sinais positivos, embora ainda tímidas. “Houve pequena alta nos indicadores de expectativas e na avaliação do ambiente atual de negócios. No entanto, o movimento de março não foi disseminado entre os segmentos setoriais e ainda não recuperou as perdas dos dois primeiros meses”, explicou. O cenário reflete dificuldades estruturais, como a escassez recorde de mão de obra qualificada e o crédito mais caro, além de uma desaceleração inicial da atividade.

O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,5 ponto, atingindo 94,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) cresceu 0,8 ponto, alcançando 96,0 pontos. Essa foi a segunda alta consecutiva do IE-CST, sinalizando um possível movimento de retomada gradual no setor.

Desempenho dos Indicadores Setoriais

No ISA-CST, o indicador de situação atual dos negócios avançou 0,7 ponto, chegando a 93,5 pontos. Já o indicador de carteira de contratos aumentou 0,3 ponto, para 94,8 pontos. Entre os quesitos de expectativas, o indicador de demanda prevista para os próximos três meses cresceu 0,4 ponto, atingindo 98,2 pontos, enquanto o indicador de tendência dos negócios subiu 1,2 ponto, alcançando 93,7 pontos.

Desafios no Uso da Capacidade

Ainda assim, o Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção recuou 1,1 ponto percentual (p.p.), ficando em 79,5%. O NUCI de Mão de Obra caiu 1,5 ponto, para 80,5%, enquanto o NUCI de Máquinas e Equipamentos diminuiu 1,2 ponto, chegando a 73,6%. Esses números reforçam os desafios enfrentados pelo setor, especialmente em relação à utilização eficiente de recursos humanos e materiais.

Promessas para o Futuro

Apesar das adversidades, há sinais de recuperação no horizonte. A tendência é de retomada nas contratações de mão de obra, o que deve manter o mercado de trabalho aquecido. Contudo, a escassez de profissionais qualificados e os custos elevados de financiamento seguem como obstáculos significativos para o crescimento sustentável do setor.

Para Ana Maria Castelo, “embora o movimento de março traga algum alívio, o setor ainda precisa superar barreiras estruturais para consolidar a recuperação”. Com isso, a confiança medida pelo ICST pode seguir em trajetória de ajuste gradual nos próximos meses, dependendo da evolução desses fatores.

Fonte: Redação

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