Apesar da implementação de tarifas de 25% sobre a importação de aço nos Estados Unidos, as exportações brasileiras do produto para o mercado norte-americano registraram um aumento significativo em março. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) nesta segunda-feira (7/4), o volume exportado cresceu 40% em relação ao mesmo período de 2024, atingindo 661,1 mil toneladas.
Desempenho das Exportações
O valor obtido com as vendas de aço para os EUA também apresentou crescimento, passando de US$ 363 milhões em março de 2024 para US$ 385 milhões em 2025, um aumento de 6,1%. No acumulado do primeiro trimestre, o volume exportado cresceu 34%, enquanto o valor das exportações subiu 17,8% na comparação anual.
Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino das exportações brasileiras de aço, respondendo por quase 70% de todo o volume exportado entre janeiro e março deste ano. No entanto, quando consideradas todas as exportações globais de aço do Brasil, houve uma queda de 11% no valor obtido, apesar do aumento de 7,6% no volume exportado. Desde janeiro, o valor total das exportações de aço registrou uma redução de 3,8%.
Impacto das Tarifas
As tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio entraram em vigor nos EUA no dia 12 de março, afetando todos os países que comercializam esses produtos com o mercado norte-americano. Além disso, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou recentemente uma tarifa adicional de 10% sobre produtos brasileiros, excluindo, no entanto, o aço dessa medida.
O Instituto Aço Brasil, que representa o setor nas negociações com os EUA, afirmou que a prioridade continua sendo a restauração do acordo de cotas de exportação firmado em 2018. O acordo estabelecia limites anuais de 3,5 milhões de toneladas para semiacabados (placas) e 687 mil toneladas para laminados.
“O não reestabelecimento do acordo será prejudicial a ambos os países, razão pela qual o Aço Brasil mantém sua confiança na continuidade do diálogo entre os dois governos, de forma a retomar o fluxo de produtos de aço para os Estados Unidos”, destacou o instituto em nota.
O crescimento das exportações de aço brasileiro para os EUA, mesmo diante das tarifas, demonstra a competitividade do produto nacional no mercado internacional. No entanto, o setor enfrenta desafios, como a necessidade de manter o equilíbrio entre volumes exportados e receitas, além de garantir a sustentabilidade econômica das empresas produtoras.
A continuidade das negociações entre Brasil e EUA será crucial para definir o futuro das exportações de aço. Enquanto isso, o setor busca alternativas para mitigar os impactos das tarifas e fortalecer sua posição no mercado global.