Após registrar uma retração de 19,8% nas vendas ao longo de 2024, o mercado brasileiro de máquinas agrícolas iniciou 2025 em trajetória de recuperação. De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o setor registrou crescimento de 55% nas vendas em janeiro, em comparação ao mesmo mês do ano anterior, indicando um cenário de otimismo entre fabricantes e produtores rurais.
Para especialistas do setor, o aumento é reflexo do reconhecimento da importância da tecnologia para a produtividade no campo. “Como produtor de soja, eu sinto na pele a necessidade de empregar um maquinário de ponta na minha lavoura, como forma de otimizar a produção. Por isso, quando tenho bons resultados, parte do lucro é revertida em investimento para adquirir novas máquinas e realizar a manutenção adequada daquelas com que já atuo. O aquecimento desse setor se justifica porque vários outros produtores pensam como eu”, afirmou à imprensa o agricultor e influenciador João Pierobon, embaixador da marca Mobil™ no segmento agrícola.
Norma do Contran flexibiliza circulação de máquinas
Entre os fatores que contribuíram para a retomada está a Resolução nº 1.107/2024, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que dispensou a exigência da Autorização Especial de Trânsito (AET) para máquinas agrícolas com até 3,20 metros de largura, desde que cumpram requisitos como a presença de batedores, circulação entre o amanhecer e o pôr do sol, e velocidade limitada a 40 km/h em vias pavimentadas.
A medida atende a uma antiga demanda do setor por mais eficiência e segurança na circulação de equipamentos, especialmente em regiões com produção agrícola de grande escala. Segundo Pierobon, a flexibilização pode dinamizar o uso das máquinas e ampliar sua eficiência operacional.
Programa de modernização e foco ambiental impulsionam o setor
Outro vetor de crescimento é o Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola (Promaq), instituído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. A iniciativa busca ampliar a produtividade rural e reduzir desigualdades regionais, por meio da aquisição e doação de equipamentos, em parceria com organizações públicas e privadas.
A proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada no Brasil, também reforça o movimento em direção à sustentabilidade no agronegócio. Fabricantes têm investido em tecnologias mais eficientes e ambientalmente responsáveis, com foco na redução do consumo de combustíveis e das emissões de poluentes, em consonância com as diretrizes ESG (Ambiental, Social e Governança).
Com a combinação de incentivos regulatórios, programas de financiamento e avanços tecnológicos, o setor de máquinas agrícolas projeta um ano promissor em 2025. O cenário evidencia a crescente importância da inovação para o desenvolvimento sustentável do agronegócio brasileiro.