Fortaleza – CE | terça-feira 29 de abril de 2025 / 13:30

Imóveis seguem atraentes para proteção e renda mesmo com Selic alta, diz especialista

Eduardo Barbosa destaca que o mercado imobiliário combina valorização patrimonial e geração de renda, apesar do cenário de juros elevados

Apesar da Selic elevada e de um cenário macroeconômico desafiador, o mercado imobiliário brasileiro continua oferecendo boas oportunidades para investidores atentos. Segundo Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli, uma das maiores imobiliárias de Santa Catarina, imóveis permanecem como ativos resilientes, especialmente no segmento premium e em cidades com restrição de oferta, como Florianópolis.

“Mesmo com o custo de capital alto, vemos lançamentos em que quem entra no começo pode triplicar o valor investido em 18 meses”, afirma Barbosa. “Imóvel segue vencendo a inflação com folga em várias regiões do país.”

Além da valorização, Barbosa ressalta que o ativo imobiliário também gera renda, seja por meio de aluguel tradicional ou de plataformas como o Airbnb. “É um investimento que combina ganho de capital com fluxo recorrente. E, ao contrário de ativos voláteis, o imóvel é tangível, está ali, protegendo patrimônio”, completa.

Imóveis físicos versus fundos imobiliários

Barbosa, que também investe em imóveis físicos e fundos imobiliários (FIIs), destaca as diferenças entre os dois modelos. “No imóvel direto, a liquidez é limitada e a rentabilidade só é confirmada na venda. Já no FII, o investidor acompanha o desempenho diariamente, com liquidez imediata e previsibilidade de fluxo”, explica.

Psicologia do investidor diante dos juros altos

Em seus artigos, Barbosa usa conceitos da economia comportamental para analisar o comportamento cauteloso dos investidores. Um dos principais fatores é a aversão à perda, descrita por Daniel Kahneman. “A possibilidade de pagar parcelas maiores agora gera mais desconforto do que a expectativa de ganho futuro, paralisando decisões”, explica.

Outro viés comum é o da ancoragem, com investidores comparando a atual Selic às taxas de 2% vistas em 2020. “Muitos focam no desconforto imediato e desconsideram o ciclo completo de valorização do imóvel”, observa.

Uso estratégico de dados e transformação digital

Barbosa avalia que a inteligência de mercado hoje depende menos do acesso a dados e mais da capacidade de usá-los estrategicamente. “Há imobiliárias com bases de dados excelentes, mas sem processos ou mentalidade digital”, aponta.

Na Brognoli, a transformação digital é impulsionada por startups como a Captei, especializada em automação de prospecção, e a Nia, focada na digitalização da captação de imóveis. “Transformação digital não é apenas tecnologia. É cultura, método e gestão”, reforça.

IA e tokenização: tendências para o setor imobiliário

Para Barbosa, a inteligência artificial deve ganhar espaço no setor, principalmente na personalização do atendimento e no aumento da produtividade das equipes. “A IA permite hiperpersonalizar o atendimento, elevando a eficiência sem aumentar os custos”, afirma.

Ele também acompanha as iniciativas de tokenização de ativos imobiliários. “Ainda é cedo, mas já vemos os primeiros movimentos. Pode ser uma revolução na forma de fracionar e dar liquidez ao investimento em imóveis”, conclui.

Fonte: Redação

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