Fortaleza – CE | terça-feira 13 de maio de 2025 / 07:33

Alta da Selic para 14,75% pressiona mercado imobiliário e encarece crédito

Juros elevados desestimulam consumo, afetam produção e aumentam riscos de fechamento de empresas e empregos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, em 7 de maio de 2025, a taxa Selic para 14,75% ao ano, com um aumento de 0,5 ponto percentual. Esse é o maior patamar desde 2006. A medida tem como objetivo conter a inflação persistente, mas já causa impactos significativos no mercado imobiliário e na economia como um todo.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou preocupação com os efeitos da política monetária. A entidade projeta um crescimento do PIB de 2,3% em 2025, abaixo dos 3,4% registrados em 2024, e estima que a indústria crescerá apenas 2%, contra 3,3% no ano anterior.

Segundo a CNI, a elevação da Selic amplia os riscos econômicos, acelerando a desaceleração em curso desde o fim de 2024. Juros mais altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e afetam a competitividade do setor produtivo, contribuindo para o fechamento de empresas e postos de trabalho.

Impactos no financiamento imobiliário

A alta da Selic encarece diretamente os financiamentos imobiliários. Com a elevação da taxa básica, os bancos reajustam os juros cobrados nos empréstimos, o que encarece as parcelas para os compradores de imóveis.

Especialistas apontam que um aumento de 1 ponto percentual na Selic costuma elevar em 0,43 ponto percentual a taxa dos financiamentos. Isso obriga muitas famílias, especialmente da classe média, a reavaliar seus orçamentos ou adiar planos de compra da casa própria.

Alta nos aluguéis e busca por alternativas

Com o financiamento mais caro, a demanda por imóveis para aluguel cresce, pressionando os preços dos aluguéis. O movimento reforça a necessidade de políticas públicas voltadas à construção de moradias destinadas à locação, segundo especialistas do setor.

Expectativas para o mercado imobiliário

Apesar do cenário atual, o setor imobiliário demonstrou resiliência em 2024, com crescimento acima de 20%. Contudo, a projeção para 2025 é de um ambiente mais restritivo, com menos recursos da poupança, juros elevados e instabilidade fiscal e política.

Em resposta ao cenário, construtoras e incorporadoras têm adotado estratégias como promoções e incentivos para estimular a demanda. Além disso, surgem alternativas como crowdfunding imobiliário e parcerias privadas para viabilizar novos projetos e ampliar o acesso à moradia.

Fonte: Redação

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