Fortaleza – CE | terça-feira 13 de maio de 2025 / 05:59

Setor da construção civil cresce 17% nas vendas no início de 2025, mas enfrenta juros altos e custo elevado

INCC sobe 7,54% em 12 meses, pressionado por mão de obra e materiais, e supera inflação oficial

O setor da construção civil brasileira registrou uma alta de 17% nas vendas de apartamentos no primeiro bimestre de 2025, indicando uma recuperação na demanda. No entanto, os lançamentos de novos empreendimentos recuaram 7%, refletindo a cautela dos empresários diante de um cenário econômico instável.

Um dos principais entraves ao avanço do setor continua sendo a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano — a maior desde 2016. A expectativa de um novo aumento de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) contribui para o ambiente de incertezas.

O Índice de Confiança do Empresário da Construção caiu para 47,2 pontos em abril, o menor nível desde julho de 2020, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). A elevação da Selic, somada ao encarecimento do crédito e dos insumos, tem dificultado o planejamento e a execução de novos projetos.

Crédito escasso e custo elevado desafiam o setor

A fuga líquida de R$ 34,6 bilhões da poupança no primeiro trimestre de 2025 agravou ainda mais as restrições de crédito, afetando principalmente a habitação de interesse social. A poupança é uma das principais fontes de financiamento imobiliário no país.

Como alternativa, o novo programa Minha Casa, Minha Vida para a classe média tem sido visto como um estímulo ao setor. O programa prevê subsídios e juros reduzidos para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.

Para a economista-chefe da Cbic, Ieda Vasconcelos, a iniciativa representa uma “luz no fim do túnel” para o mercado imobiliário neste momento de adversidade.

Geração de empregos e crescimento de insumos

Apesar dos desafios, o setor gerou 100 mil empregos formais nos três primeiros meses de 2025. Houve também crescimento na produção de insumos (+4,9%) e nas vendas no varejo de materiais de construção (+6,7%).

Custos seguem acima da inflação

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acumula alta de 7,54% em 12 meses — acima da inflação oficial no mesmo período. O índice foi impulsionado pelos aumentos nos custos de mão de obra (9,96%) e materiais e equipamentos (6,09%).

Mesmo diante de um cenário macroeconômico adverso, a Cbic mantém a projeção de crescimento de 2,3% para o setor em 2025, impulsionado pela perspectiva de retomada por meio do programa habitacional voltado à classe média.

Fonte: Redação

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