Fortaleza – CE | terça-feira 17 de junho de 2025 / 20:26

Indústria brasileira perde ritmo e registra primeira queda no emprego em 18 meses

Com recuo na Utilização da Capacidade Instalada e no faturamento, CNI alerta para sinais claros de desaceleração no setor industrial em abril

Pela primeira vez em 18 meses, o emprego na indústria brasileira registrou queda, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em abril, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) caiu 0,6 ponto percentual, atingindo 77,9%, o que reforça o cenário de desaceleração no setor. De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a retração é resultado da queda da demanda e da atividade industrial nos últimos meses.

Apesar da queda pontual, o acumulado dos quatro primeiros meses de 2025 ainda apresenta crescimento de 0,7% no número de empregos industriais em relação ao último quadrimestre de 2024. Já na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 2,6%.

Mesmo com o recuo nos postos de trabalho, outros indicadores do mercado de trabalho industrial avançaram em abril. A massa salarial real subiu 4,4%, recuperando as perdas observadas em fevereiro (-0,3%) e março (-2,5%). No entanto, no acumulado do ano, o índice ainda registra queda de 1,3% frente aos últimos quatro meses de 2024.

Outro dado positivo foi o rendimento médio dos trabalhadores da indústria, que cresceu 5% entre março e abril. Apesar da recuperação parcial, o valor médio pago ainda se mantém 2,5% abaixo do registrado no final de 2024. O indicador considera salários, participação nos lucros e indenizações.

A UCI, que havia se mantido estável por quatro meses, agora aponta para uma tendência de enfraquecimento da produção industrial. A média de janeiro a abril de 2025 está 0,6 ponto percentual abaixo da média registrada entre setembro e dezembro de 2024.

“A queda da UCI é um sinal claro de desaquecimento da indústria, que já vinha se desenhando com os números negativos do faturamento e das horas trabalhadas”, afirma Marcelo Azevedo.

Em abril, o faturamento real do setor caiu 0,8%, após já ter recuado 2,1% em março. Ainda assim, no acumulado do primeiro quadrimestre de 2025, houve uma alta de 2,4% em relação aos quatro meses finais de 2024.

As horas trabalhadas na produção recuaram 0,3% em abril, praticamente repetindo o desempenho de março. No ano, o indicador acumula alta de 0,9% sobre o período de setembro a dezembro do ano passado, sinalizando que ainda há alguma resiliência na produção, mesmo com o arrefecimento de outros indicadores.

Fonte: Redação

PUBLICIDADE