Fortaleza – CE | terça-feira 17 de junho de 2025 / 20:32

EUA dobram tarifa sobre aço e alumínio e acendem alerta na indústria brasileira

CNI critica aumento para 50% nas taxas de importação e alerta que medida afeta produção nos dois países, colocando cadeias produtivas em risco

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou forte preocupação com a entrada em vigor da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio, válida a partir de 4 de junho. Segundo a entidade, a decisão é prejudicial tanto para a indústria brasileira, que perde mercado, quanto para a indústria americana, que depende desses insumos para manter sua produção.

O Brasil é um dos principais fornecedores de aço e alumínio de alto valor agregado para os Estados Unidos. Em 2024, 60% das exportações brasileiras de aço e 16,8% das de alumínio tiveram como destino o mercado norte-americano, conforme dados do Instituto Aço Brasil e da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

A escalada tarifária começou ainda em fevereiro, quando o governo americano anunciou uma tarifa de 25% sobre esses produtos, com início em 12 de março. A nova alíquota, publicada recentemente, dobrou a taxação, aprofundando o impacto nas relações comerciais entre os dois países.

“Dobrar a taxação sobre o aço e o alumínio é um retrocesso nas relações comerciais entre nossos países. Continuamos defendendo o diálogo como melhor caminho para reverter medidas desproporcionais como essa”, declarou Ricardo Alban, presidente da CNI. Para ele, a imposição representa uma ameaça ao ambiente de confiança mútua e ao bom funcionamento das cadeias produtivas binacionais.

A CNI, em conjunto com federações estaduais da indústria e associações setoriais, informou estar atuando junto ao governo brasileiro em busca de respostas firmes e diplomáticas para enfrentar a nova política tarifária norte-americana.

A entidade também argumenta que a decisão fere os princípios da cooperação econômica e pode provocar efeitos colaterais negativos em ambos os mercados, além de agravar a insegurança jurídica para exportadores e importadores envolvidos nesse comércio.

A medida dos EUA foi justificada por motivos de proteção à indústria doméstica, mas é vista pelo setor industrial brasileiro como excessiva e protecionista, especialmente por atingir um parceiro estratégico nas cadeias de fornecimento globais.

A CNI reforça que continuará mobilizando esforços junto às autoridades brasileiras e aos setores produtivos para defender os interesses da indústria nacional e garantir que o comércio internacional seja pautado por regras justas e equilíbrio competitivo.

Fonte: Redação

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