A América Latina vive uma revolução silenciosa no campo. Com alta diversidade produtiva e papel de destaque nas exportações agrícolas globais, a região se firmou como mercado estratégico para fabricantes de máquinas agrícolas — entre eles, a Valtra, que projeta crescimento sustentado em 2025 mesmo diante de cenários desafiadores.
Segundo projeções de mercado, o setor de tratores agrícolas na América do Sul deve crescer de US$ 1,17 bilhão em 2025 para US$ 1,43 bilhão até 2030, uma expansão média de mais de 4% ao ano. A demanda é puxada por tratores para cultivo em linha, essenciais para culturas como soja, milho e cana-de-açúcar, cada vez mais mecanizadas com tecnologias de agricultura de precisão.
Presente em diversos países latino-americanos, a Valtra oferece soluções tecnológicas adaptadas às realidades locais, de tratores rústicos para agricultura familiar a equipamentos de alta performance para grandes produtores. Chile, Paraguai, Bolívia, Colômbia e, principalmente, o Brasil, representam oportunidades estratégicas para a marca.
Mesmo com sinais de retração em alguns mercados, a Valtra tem apostado em expansão sustentável e inovação. A expectativa é manter crescimento na participação de mercado em 2025, apoiada pela fortalecimento da rede de concessionárias e entrada em novos mercados estratégicos, como o Chile e a região da América Central e Caribe.
Em países como a Bolívia, onde o ambiente socioeconômico é desafiador, e o Paraguai, que enfrenta queda na demanda por máquinas, a empresa tem buscado soluções adaptadas à realidade local. Já a Argentina, apesar da instabilidade, mostra sinais de recuperação e reaquece o setor com a abertura às importações — o que acirra a competitividade, com o avanço de máquinas chinesas e usadas vindas da América do Norte.
A estratégia da Valtra foca na personalização dos produtos conforme as necessidades de cada país. No Chile, referência mundial na exportação de mirtilos, uvas e cerejas, a procura é por tratores compactos e tecnológicos, com foco em sustentabilidade e ergonomia. Já no Paraguai, o avanço agrícola é marcado por soja, trigo e cana-de-açúcar, e exige máquinas robustas, eficientes e adaptáveis à expansão das fronteiras agrícolas.
A Colômbia, produtora de café, banana e palma de óleo, enfrenta obstáculos sociais e econômicos, mas abre espaço para programas de mecanização inclusiva, voltados a pequenas propriedades e combate ao trabalho informal.
O Brasil, no entanto, é o maior e mais importante mercado da região. Com a área plantada saltando de 73,2 milhões de hectares (2022) para 77,5 milhões (2023), segundo o IBGE, o país lidera a adoção de tecnologias como GPS, telemetria e motores eletrônicos. O crescimento é impulsionado por dois fatores: escassez de mão de obra e busca por produtividade em larga escala.
Nesse cenário, a Valtra se destaca por oferecer equipamentos que combinam tecnologia avançada e alto desempenho. A empresa segue investindo em pesquisa, desenvolvimento e serviços, fortalecendo sua presença nos principais polos agrícolas da América Latina.
Seja nas colheitas de soja do Paraguai, nos vinhedos chilenos ou nas plantações brasileiras, a mecanização agrícola é a chave do desenvolvimento rural. A América Latina, com exportações em alta e produtores cada vez mais conectados, se consolida como um dos mercados mais promissores para o setor de máquinas agrícolas — e marcas como a Valtra lideram essa transformação com visão estratégica e capacidade de adaptação.