Fortaleza – CE | sábado 2 de agosto de 2025 / 19:36

Indústria brasileira volta a crescer em junho e supera patamar pré-pandemia

Com avanço de 0,1% no mês, produção industrial acumula alta de 1,2% no semestre, impulsionada pelo setor automotivo

Após dois meses consecutivos de retração, a indústria brasileira voltou a registrar crescimento em junho, com uma leve alta de 0,1% em relação a maio. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com esse desempenho, a produção industrial se encontra 2% acima do nível observado em fevereiro de 2020, período anterior à pandemia da Covid-19.

Segundo André Macedo, gerente responsável pela pesquisa, o resultado positivo reflete um avanço disseminado entre as atividades industriais analisadas. “Houve crescimento em 17 dos 25 ramos industriais pesquisados, com destaque para o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 2,4%, impulsionado especialmente pela maior produção de automóveis”, explicou Macedo.

Outros setores que também contribuíram para o desempenho do mês foram máquinas e equipamentos, produtos farmoquímicos e equipamentos de informática. A diversidade nos setores em crescimento revela certa resiliência da indústria, apesar das pressões recentes.

No entanto, oito atividades industriais apresentaram retração, entre elas setores de grande peso na estrutura produtiva nacional. As indústrias extrativas, por exemplo, sofreram queda devido à redução na extração de minério de ferro. Já o setor de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis teve queda influenciada pela diminuição na produção de álcool, além da desaceleração no grupo de derivados do petróleo.

Outro destaque negativo foi o setor de alimentos, impactado principalmente por produtos como açúcar, carnes bovinas, de aves e suínas, sucos de laranja e itens à base de soja. Esses recuos mostram que, apesar da alta no mês, a recuperação industrial ainda é desigual entre os segmentos.

No acumulado de janeiro a junho de 2025, a indústria nacional cresceu 1,2%, reforçando a tendência de expansão observada ao longo do primeiro semestre. Apesar disso, Macedo pondera que esse ritmo ainda é mais moderado do que o observado em momentos anteriores. “O setor mantém trajetória de crescimento, mas com perda de fôlego nos últimos meses”, ressalta.

Com a proximidade do segundo semestre, as atenções se voltam para os fatores que poderão impulsionar ou frear o ritmo industrial, como política monetária, demanda externa e dinâmica dos preços das commodities. O desempenho do setor automotivo neste mês mostra que a indústria brasileira continua sensível a estímulos pontuais, mas precisa de uma base mais sólida e diversificada para sustentar avanços consistentes no médio e longo prazo.

Fonte: Redação

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