Fortaleza – CE | quarta-feira 1 de outubro de 2025 / 01:54

Vendas de aços planos recuam em agosto, mas setor projeta reação para setembro

Com retração de 3,6% no comparativo anual, importações também encolhem e siderúrgicas já anunciam reajustes de preços para outubro

O mercado de aços planos registrou desempenho negativo em agosto de 2025. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), as vendas caíram 3,6% em relação a agosto de 2024, totalizando 337,4 mil toneladas. Na comparação mensal, houve queda de 2,4%, frente às 345,5 mil toneladas vendidas em julho. No acumulado de janeiro a agosto, o resultado mostra estabilidade, com recuo de apenas 0,1%, somando 2,6 milhões de toneladas.

As compras também tiveram retração significativa: 327,6 mil toneladas em agosto, volume 12,3% menor do que no mês anterior (373,7 mil toneladas) e 11,0% abaixo do mesmo período de 2024. De janeiro a agosto, o recuo foi de 0,4%, para 2,7 milhões de toneladas.

Em relação aos estoques, agosto fechou com 1,086 milhão de toneladas, redução de 0,9% em comparação a julho (1,096 milhão). O giro de estoque ficou em 3,2 meses, considerado elevado pelo setor.

As importações acompanharam o movimento de baixa, encerrando agosto em 241,4 mil toneladas, queda de 5,7% frente a julho e de 16,2% em relação ao mesmo mês do ano passado (287,9 mil toneladas). O índice inclui produtos como chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas, eletrogalvanizadas, pré-pintadas e galvalume.

Para setembro, a expectativa da rede associada ao Inda é de um crescimento de 5% em vendas e compras na comparação mensal, e avanço de 0,8% no acumulado do ano até setembro.

O presidente executivo do Inda, Carlos Jorge Loureiro, destacou que as principais siderúrgicas — CSN, ArcelorMittal e Gerdau — já anunciaram reajustes de preços a partir de outubro: entre 7,5% e 8% para bobinas a quente e de 3,5% a 4% para os demais produtos. A pressão de custos foi apontada como principal fator para os aumentos. “Acredito que a Usiminas deve acompanhar esse movimento”, disse.

Segundo Loureiro, a queda das importações está ligada tanto ao forte volume comprado anteriormente quanto ao avanço de casos de dumping em laminados a frio e zincados, tema que deve ser objeto de resolução em breve. No acumulado do ano, o produto mais importado foi o laminado a quente, com predominância de origem chinesa.

Já as exportações foram consideradas fracas, somando 41 mil toneladas em agosto, principalmente destinadas à Argentina, com destaque para a Usiminas.

Em relação ao minério de ferro, a entidade prevê que o preço termine o ano no intervalo entre US$ 100 e US$ 105 por tonelada. Atualmente, a cotação já se mantém acima de US$ 100.

Fonte: Redação

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