O poder das paredes pretas
Se na moda o preto até passa como básico, na decoração ele tende a refletir ousadia, luxo e modernidade. É uma opção perfeita para ambientes bem iluminados, mas também traz acolhimento a espaços pequenos. A seguir, confira ideias em que a parede preta – ou móveis com a função de divisórias nesta cor – trazem diferentes sensações e efeitos.
A parede pintada de preto já seria suficiente para destacar o mobiliário de linhas retas e modernas, mas o arquiteto Nelson Kabarite quis mais: fez um contraponto ao desenhar boiseries na parede que camufla a porta de entrada. “Fiz sem guarnição de propósito, para ela desaparecer quando fechada”. O morador Fábio está ao lado do móvel da TV da Micasa. Da mesma loja, sofá, mesas laterais, mesa de jantar, cadeiras e pendente. Na coleção de santos, os de madeira são da Depósito Kariri. Garrafas da Loja Teo. Louças da Seletti.
A luminosidade generosa que invade a maioria dos ambientes neste apartamento de 90 m² encorajou o designer e curador de arte Paulo Azeco a optar por uma paleta escura: “Como ficou tudo aberto e entra luz natural em abundância, eu pude pintar as paredes em tons escuros para colocar meus quadros”, diz. A parede que separa a sala da cozinha recebeu tinta acetinada preta. Nela fica o sofá de veludo verde que Paulo desenhou para a Micasa e que o acompanha há dez anos. Quadro do artista mineiro Bruno Rios. Luminária dos anos 1950.
As divisões sufocantes deste apartamento de 70 m² foram abaixo a partir da intervenção das arquitetas Paula Rezegue e Priscila Guz, do Studio RG. Sem tantas paredes, a dupla desenhou um biombo com cordas náuticas em parceria com o artista Edson Nunes. O elemento é apenas um dos itens em preto que pontuam a decoração. Como o morador, um jovem empresário solteiro, ama esta cor, as profissionais a elegeram para as folhas de madeira que revestem o móvel da Florense. Ele faz as vezes de parede, dividindo sala e cozinha, mas também abriga a TV giratória.
Para atualizar esta casa com mais de 50 anos, nada mais oportuno do que usar um material de aspecto impactante. O OSB, também conhecido como aglomerado de madeira, foi resgatado dos tapumes de obras e levado direto para os interiores. Aqui, ele compõe o volume que serve de suporte para a escada e os armários. Pintado de preto, o material sustentável, que tem propriedades térmicas e acústicas, trouxe uma atmosfera contemporânea à área.
Sem medo de cor, nem de misturas, o designer de interiores Diogo Oliveira transformou o seu living de 260 m² em um loft nova-iorquino. Obras de arte contemporâneas tomam as paredes pintadas de preto, o que proporciona certo ar dramático ao espaço. Não bastasse isso, Diogo apostou em sofás gigantescos e mobiliário assinado em uma paleta incomum de cores. Os tapetes com grafismos são da Punto e Filo. Sofás da Micasa com veludo azul da Corcovado. Ao fundo, o lutre Dear Ingo, de Ron Gilad para a Moooi, na Firma Casa. Na parede, as obras Basquiat e Vênus de Milo, do artista francês Barnard Pras, da Sérgio Gonçalves Galeria. No centro, foto de Roberto Wagner.
Em busca de simplificar a vida, o designer de interiores Maximiliano se mudou para um apartamento mais compacto e planejou, de imediato, a integração entre sala e cozinha. Este último cômodo, inclusive, ganhou paredes e piso pretos, que lhe conferem grande impacto quando é visto da sala toda branca. Sobre a bancada americana, fruteira da Alessi. Na parede ao fundo, fotografia de Rodrigo Ribeiro, na Galeria Nuvem.
Fonte: Obra 24horas