World Green Building inicia movimento para zerar emissões de gás carbono
O World Green Building lançou em 13 de setembro, na Califórnia (EUA), declaração assinada por seus 38 signatários, entre empresas, estados e cidades de várias partes do mundo, que simboliza o início de um grande movimento para as construções sustentáveis. No documento, os participantes comprometeram-se a elaborar políticas de planejamento e execução, que exigirão dos novos empreendimentos construídos a operar com emissão zero de gás carbono (Co2) até 2030. Em um segundo momento, todas as construções, sejam elas novas ou em uso, a operarem sem emissões de Co2 até 2050.
Em todo o processo, os signatários se comprometem a avaliar seu uso atual de energia e emissões associadas em suas ações. Outro ponto será identificar oportunidades para reduzir o desperdício de energia e melhorar a eficiência energética, bem como alimentar seus edifícios a partir de fontes de energia renováveis. Por fim, os envolvidos terão de informar em relatórios periódicos, sobre o progresso em relação aos objetivos de descarbonização.
No Brasil, para acompanhar essa evolução, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou recentemente mudanças que permitirão a pessoas físicas terem acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de aquecimento solar e sistemas de cogeração, com placas fotovoltaicas e aerogeradores. A mudança ocorre no âmbito do programa Máquinas e Equipamentos Eficientes, do Programa Fundo Clima (instrumento da Política Nacional sobre Mudança de Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para garantir aporte financeiro a projetos ou estudos, ou financiamento de empreendimentos que tenham o objetivo de minimizar as mudanças climáticas) e os recursos poderão ser contratados em operações indiretas apenas por meio de bancos públicos. “Trata-se de um assunto de extrema relevância. Em ano eleitoral, é fundamenta que os candidatos tenham um olhar estratégico para o segmento. Políticas públicas, incentivos, maior atuação dos bancos privados, são algumas das necessidades que o setor de construções sustentáveis tem para se tornar ainda mais forte e viável”, analisa Faria.
No Brasil, apesar da ausência de esforços na assinatura dos Compromissos por parte dos entes públicos, o Green Building Council Brasil destaca a liderança da iniciativa privada e profissionais do setor. Lançado em agosto de 2017, a certificação verifica as ações para maximizar a eficiência energética, a geração de energia renovável no local ou remoto (on-site ou off-site), equilibrando consumo e produção durante 12 meses de operação da edificação. Ainda, permite-se a compra de Certificados de Energia Renovável (REC), que comprovam a natureza da energia que a edificação utiliza, para até 5% deste consumo.
A Certificação Zero Energy Building é uma ferramenta que se aplica em todo o território nacional já considerando todas às variáveis regionais. Apresenta critérios específicos e definidos, garante a viabilidade técnica e financeira, além da transparência na avaliação, a partir de indicadores claros e de auditoria externa. Até o momento, o Brasil possui 18 projetos registrados nesta categoria. Destes, três já foram certificados. Confira a lista dos projetos registrados:
CICS – Centro de Inovação em Construção Sustentável – São Paulo (SP)
Sede RAC Engenharia – Curitiba (PR)
Creche Municipal Hassis – Florianópolis (SC)
Sede SINDUSCON PR – Curitiba (PR)
Casa do Futuro – Atibaia (SP)
Casa Mão Verde – Piracicaba (SP)
Centro SEBRAE de Sustentabilidade – Cuiabá (MT)
GEO Energética – Tamboará (PR)
De Paola e Penasolo Advogados – Curitiba (PR)
Montage Botafogo Empreendimentos – Campinas (SP)
Lar Verde Lar – Governador Valadares (MG)
Selenergy – São José dos Pinhais (PR)
Loft Alameda Formosa – Santana de Parnaíba (SP)
Plasmetal – Londrina (PR)
Petinelli CWB – Curitiba (PR)
Univalli Biguaçu – Biguaçu (SC)
Coca-Cola CD – Uberlândia (MG)
Coca-Cola Prédio Social – Uberlândia (MG)