Incorporadora desenvolve guarda-corpo
Modernos processos construtivos e a adoção de novas tecnologias têm feito com que os canteiros de obras sejam espaços cada vez mais organizados e seguros, uma vez que reduzem significativamente o esforço físico e os riscos para os trabalhadores dessa área. Isso, segundo muitos especialistas, tem trazido reflexos diretos à prevenção de acidentes. Dados do Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) do INSS demonstram um reflexo positivo dessa modernização nos canteiros. O setor da construção civil acumula quatro anos consecutivos de quedas no número de acidentes. Entre 2013 e 2016, a redução foi de mais de 50% no total de registros.
Muitas soluções adotadas nas obras de hoje partiram da expertise das próprias construtoras, que mais do que seguirem as Normas Regulamentadoras (NRs) aprimoram as rotinas de serviços conforme os desafios nos canteiros vão surgindo. Em Goiânia, por exemplo, a Queiroz Silveira Incorporadora, tendo como base as experiências e práticas vividas em suas obras, ao longo de quase 20 anos de mercado, criou o Sistema Rígido de Proteção QS. A estrutura desenvolvida pela empresa atende ao que preconiza a NR 18 em seu item 18.13.1 que estabelece: “é obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais”.
O equipamento consiste em um sistema de guarda-corpo coletivo, composto por suporte ou hastes metálicas de três metros de altura e telas metálicas de 1,20 metros de altura por dois de largura. Essas peças se encaixam e são montadas uma na outra, formando uma armação rente às áreas periféricas da obra (entorno da fachada) ainda sem alvenaria, junto a lajes técnicas e aos poços de elevadores, protegendo todos os lados e locais em que há risco de queda. “É um sistema que elimina o risco de alguém ou algum material cair. Também é prático pois sua estrutura é de fácil e aplicação, dispensando mão de obra especializada na montagem e manutenção”, detalha o supervisor de segurança do trabalho da Queiroz Silveira, Daniel Augusto de Souza, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da estrutura.
“O sistema permite que diversos serviços em altura, tais como, marcação e levantamento de alvenaria nas periferias; marcação e levantamento de alvenaria de poços de elevadores; serviços na área/ laje técnica; execução de reboco em varandas ou sacadas, sejam realizados sem a expor os funcionários ao risco de queda, que podem ocasionar sérias lesões ou até morte”, acrescenta o supervisor de segurança do trabalho. Ele explica que o sistema usado pela Queiroz Silveira foi um aprimoramento das estruturas de proteção coletiva que se usavam antes. “Por meio da experiências e práticas vividas nos canteiros de obra ao longo dos anos, percebemos que as proteções de madeira, que são as mais usadas atualmente, têm boa resistência e segurança, mas com a chuva e os efeitos do sol logo se perdia a garantia dessa firmeza”, conta o Supervisor de segurança do trabalho da Queiroz Silveira.
Daniel Augusto explica que também foi adotada, em certa época, a proteção de cabo de aço, mas que também não teve uma resposta satisfatória, pois o vento soltava todas as telas, assim nos momentos mais importantes, como a marcação da alvenaria, estas telas tinham que ser removidas. “Depois tentamos proteção com uso de escoras metálicas, que também não foi eficiente, pois traziam uma falsa segurança: ao mesmo tempo que eram rígidas e firmes, aumentavam a chance de queda de materiais, tais como, as próprias escoras”, afirma o técnico. Como a maioria dos guarda-corpo disponíveis no mercado é feita de madeira, um grande diferencial do Sistema Rígido de Proteção QS é o fato de ser feito em estrutura de aço. “Dessa forma, ao contrário dos outros modelos feitos de madeira, não há a necessidade de diversas revisões e manutenções ao longo da obra, o que produtividade e elevam os custos”, frisa Daniel.