Fortaleza – CE | quinta-feira 24 de abril de 2025 / 00:33

3 Iniciativas que promovem sustentabilidade na construção civil

Conheça abordagens inovadoras que reduzem impactos ambientais e impulsionam práticas mais responsáveis no setor

A construção civil, apesar de ser essencial para o desenvolvimento urbano e a infraestrutura das cidades, é uma das atividades mais poluidoras e consumidoras de recursos naturais do planeta. Dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) mostram que, em 2021, o Brasil produziu cerca de 48 milhões de toneladas de resíduos de construção e demolição, representando aproximadamente 30% de todo o lixo sólido gerado no país.

Além disso, materiais como selantes, tintas e adesivos contêm Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs), que contribuem para a poluição atmosférica e estão associados a impactos à saúde humana. Diante desse cenário, a sustentabilidade tem ganhado espaço nas discussões sobre o futuro do setor. Confira três iniciativas que visam tornar a construção civil mais sustentável:

1. Economia Circular: Reduzindo Desperdício e Reciclando Materiais

A economia circular é um modelo de produção e consumo que busca minimizar o desperdício por meio da reciclagem de materiais e energia. Cláudio Carvalho, sócio da AW Realty Incorporadora, explica que a reutilização de materiais é uma prática central nesse conceito. “Utilizamos diversos materiais reciclados, como aditivos, cimento, plásticos na composição de tubulações, alumínio e aço”, comenta.

Projetos que reaproveitam materiais de demolições ou retrofits são exemplos práticos dessa abordagem. O concreto, terceiro maior emissor de gases do efeito estufa, também pode ser reaproveitado para novas construções ou etapas como pavimentação, reduzindo a extração de novos recursos naturais.

2. Construções Modulares: Eficiência e Menos Resíduos

As construções modulares têm se destacado como uma alternativa sustentável e eficiente. Nesse modelo, as estruturas são pré-fabricadas fora do canteiro de obras, em plantas industriais. Felipe Ventura, CEO da Opus Construtech, explica que os módulos são entregues “plug and use”, ou seja, prontos para uso imediato, com todas as instalações hidráulicas e elétricas integradas.

“Os módulos são isotérmicos e podem ser montados, transportados e acoplados como peças de Lego”, afirma Ventura. Essa abordagem reduz significativamente os resíduos gerados durante a construção e permite maior controle sobre o uso de materiais e energia.

3. Selos de Sustentabilidade: Certificação para Práticas Responsáveis

Obras que seguem preceitos de sustentabilidade podem buscar certificações que atestam seu compromisso ambiental. Um exemplo é o selo Edge, que avalia edifícios com base no consumo de energia e água. Segundo Cláudio Carvalho, a certificação ocorre em duas etapas: inicialmente no projeto, fornecendo parâmetros para atender às metas, e posteriormente após a conclusão da obra, garantindo que as medidas propostas foram implementadas.

“O selo Edge revolucionou o setor ao promover práticas sustentáveis objetivas e mensuráveis”, diz Cláudio. Outros selos também reconhecem projetos que mantêm princípios sustentáveis durante toda a vida útil da edificação, incentivando práticas responsáveis a longo prazo.

Desafios e Perspectivas para o Futuro

Embora as práticas sustentáveis estejam avançando, o setor ainda enfrenta desafios. A resistência cultural à adoção de métodos inovadores e o foco em reduzir custos iniciais em detrimento do impacto ambiental são barreiras significativas. No entanto, Cláudio destaca que os clientes estão cada vez mais valorizando soluções sustentáveis, especialmente aquelas que trazem benefícios econômicos futuros, como materiais duráveis e sistemas eficientes de consumo de água e energia.

“É fundamental reduzir o consumo de energia elétrica por meio de projetos que privilegiem ventilação natural e sombreamento, além de priorizar o uso consciente da água, recurso escasso em muitas regiões”, acrescenta o especialista. Essas iniciativas não apenas mitigam os impactos ambientais, mas também promovem um futuro mais sustentável para a construção civil.

Fonte: Redação

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