Fortaleza – CE | quinta-feira 2 de outubro de 2025 / 19:31

Casas de isopor ganham força no Brasil e prometem deixar a construção civil mais sustentável

Tecnologia com EPS alia economia, resistência e eficiência térmica, mas ainda enfrenta desafios culturais e de mão de obra especializada.

Em meio a um setor marcado pelo concreto e pelo aço, uma alternativa inovadora começa a conquistar espaço: as casas de isopor. Construídas com blocos de EPS (Poliestireno Expandido), essas estruturas modulares combinam leveza, rapidez e eficiência, apresentando-se como solução sustentável e econômica para residências e empreendimentos comerciais.

O método nasceu na Europa nos anos 1960, por meio da italiana Monolity, que criou o sistema monolítico com painéis de EPS revestidos por malha de aço e concreto. Reconhecida internacionalmente em 1985, a técnica foi desenvolvida para erguer edificações resistentes a terremotos, com custos reduzidos e execução acelerada. Desde então, países como Alemanha, Itália, Japão, EUA e Canadá vêm ampliando o uso, impulsionados pelas metas globais de descarbonização e eficiência energética.

No Brasil, as primeiras experiências ocorreram nos anos 1990, mas a popularidade cresceu recentemente com o sistema iForms ICF, que agrega inovação, sustentabilidade e custo competitivo. “O EPS pode ser reciclado e reinserido na cadeia produtiva, o que reduz resíduos e a necessidade de novas matérias-primas”, afirma Ivan Fraga, da Isolev Isopor.

Entre as técnicas construtivas estão o sistema monolítico, os painéis autoportantes e o iForms ICF, que utiliza blocos de alta densidade preenchidos com concreto e aço. Esse último se destaca pela robustez: nos EUA, uma residência feita com ICF resistiu ao furacão Katrina. Além de casas, a tecnologia pode ser aplicada em prédios de até 12 pavimentos, piscinas, muros, galpões industriais e até estruturas para o agronegócio.

Os benefícios vão desde a redução de até 40% na emissão de CO₂ e no uso de água até ganhos em isolamento térmico e acústico. A obra pode ser concluída em metade do tempo da alvenaria tradicional, com economia energética vitalícia e menor consumo de madeira. O material ainda garante maior durabilidade, resistência a intempéries e ambientes internos mais saudáveis.

Por outro lado, o sistema enfrenta obstáculos. A baixa aceitação cultural, a necessidade de mão de obra especializada e a sensibilidade ao fogo exigem cuidados extras. Para superar essa barreira, empresas como o Grupo ICF oferecem blocos de EPS anti-chamas, reforçados com concreto e argamassa flexível, garantindo segurança e durabilidade.

Pesquisas acadêmicas e certificações oficiais reforçam a viabilidade da técnica. De acordo com Jimmy Patrick Mota Kappes, do Grupo ICF, o sistema já possui aprovação do Ministério das Cidades, possibilitando financiamento pela Caixa Econômica Federal. “A construção com EPS não apenas reduz custos e tempo, mas também entrega conforto, eficiência e sustentabilidade”, destaca.

Com flexibilidade arquitetônica, liberdade de design e custos até 12,6% menores que os métodos tradicionais, as casas de isopor se consolidam como alternativa promissora no Brasil. A tendência aponta para um futuro em que inovação, economia e respeito ao meio ambiente caminham lado a lado no setor da construção civil.

Fonte: Redação

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