Projetar uma casa em um terreno estreito exige criatividade, técnica e sensibilidade para maximizar o uso do espaço sem comprometer o conforto ou a funcionalidade. Especialistas afirmam que essa é uma demanda crescente, especialmente em grandes cidades como São Paulo, onde os espaços disponíveis muitas vezes são limitados.
“Nosso trabalho consiste em superar as limitações físicas e criar uma planta baixa que atenda às expectativas dos clientes, garantindo uma moradia acolhedora, arejada e bem iluminada”, explicam arquitetos experientes no segmento.
Luz natural e ventilação
Um dos principais desafios em terrenos estreitos é garantir a entrada de luz natural. Para isso, especialistas recomendam o uso de elementos arquitetônicos como claraboias e rasgos de ventilação, que permitem iluminar os ambientes de maneira eficiente.
“A disposição dos cômodos também é essencial. Espaços de maior permanência, como salas e quartos, devem ser posicionados na frente ou nos fundos do terreno, onde é possível criar aberturas mais amplas”, sugerem. Além disso, destacam a importância das aberturas zenitais para iluminar áreas centrais que, de outra forma, poderiam ficar sombrias.
A ventilação cruzada é outro aspecto crucial para garantir qualidade do ar e conforto térmico. “O posicionamento estratégico das janelas, considerando os ventos predominantes, pode criar um efeito ‘chaminé’, melhorando significativamente o fluxo de ar dentro da residência”, explicam.
Ambientes integrados
Em plantas compactas, a fluidez entre os ambientes é fundamental para evitar a sensação de confinamento. A integração entre os cômodos deve ser cuidadosamente planejada para proporcionar uma experiência mais ampla e funcional.
“As escadas, por exemplo, podem ser vistas como um elemento conectivo em vez de segregador. Ao aproveitar o pé-direito duplo e incluir iluminação natural, elas se tornam uma extensão do espaço habitável”, sugerem. Entre os formatos mais utilizados, o modelo em ‘L’ é uma opção popular, mas precisa ser bem-posicionado para não comprometer a circulação interna.
Materiais e design
A escolha de materiais também desempenha um papel importante na percepção de amplitude. Especialistas recomendam o uso de pisos contínuos e cores uniformes para criar uma sensação de continuidade visual.
“Materiais como cimento queimado e epóxi são ótimas opções, além de forros bem planejados com iluminação embutida, que ajudam a otimizar o espaço”, apontam.
Áreas externas
Maximizar o uso de áreas externas, como jardins ou pátios, é outra tarefa complexa em terrenos estreitos, especialmente devido à proximidade com as casas vizinhas. O paisagismo surge como uma solução eficaz para garantir privacidade sem sacrificar o contato com o exterior.
“Plantas estrategicamente posicionadas podem criar barreiras naturais que preservam a intimidade dos moradores”, explicam. Além disso, eliminar desníveis entre o interior e o exterior pode melhorar a fluidez do espaço, tornando-o mais acessível e harmonioso.
Garagem
A garagem é frequentemente vista como um desafio adicional em terrenos estreitos. Uma solução é a execução subterrânea, embora essa alternativa implique custos elevados. Para especialistas, o mais importante é avaliar o tipo de veículo a ser acomodado e as necessidades reais dos moradores para otimizar o espaço sem comprometer o restante da residência.
Legislação e adequação
Quanto à legislação, os recuos laterais desempenham um papel fundamental tanto para a circulação quanto para preservar a privacidade e a segurança das edificações. Segundo especialistas, as exigências variam de acordo com o zoneamento de cada cidade, sendo essencial consultar o código de obras local antes de iniciar o projeto.
Com planejamento cuidadoso e soluções inovadoras, é possível transformar terrenos estreitos em residências funcionais e confortáveis, garantindo qualidade de vida para seus moradores.