Fortaleza – CE | quinta-feira 24 de abril de 2025 / 00:58

Como usar brises, cobogós e muxarabis na arquitetura: funcionalidade e estética em harmonia

Soluções versáteis que combinam design, sustentabilidade e conforto para projetos modernos

Na arquitetura contemporânea, os elementos construtivos vão além da estética e se tornam soluções inteligentes para o dia a dia. Brises, cobogós e muxarabis são exemplos de recursos que regulam a entrada de luz, promovem ventilação natural e criam privacidade sem perder a conexão com o ambiente externo. Além disso, eles acrescentam personalidade e frescor aos espaços onde estão inseridos.

O Papel de Cada Elemento

Para entender como incorporar brises, cobogós e muxarabis de forma estratégica, é essencial compreender suas características específicas e como cada um pode atender às necessidades do projeto. “Esses elementos elevam qualquer projeto no que diz respeito à sustentabilidade e funcionalidade”, explica Raphael Wittmann, arquiteto especialista no assunto. Confira detalhes sobre cada um:

1. Muxarabis

Originários da arquitetura árabe, os muxarabis foram introduzidos no Brasil pelos portugueses e são conhecidos por sua capacidade de filtrar luz e criar privacidade. Originalmente feitos de madeira, hoje podem ser encontrados em diversos materiais, como metal e vidro. “Uma das particularidades mais interessantes do muxarabi é o jogo de luz e privacidade que ele proporciona. Quem está dentro consegue enxergar o exterior, mas quem está fora só visualiza o treliçado”, destaca Wittmann.

Ideal para quartos, varandas e áreas que precisam de controle de luminosidade e ventilação, os muxarabis também podem ser usados como painéis decorativos, portas de armários ou revestimentos internos.

2. Cobogós

Os cobogós surgiram durante o movimento modernista brasileiro e são uma criação genuinamente nacional. Compostos por peças vazadas em cerâmica, barro, concreto, vidro ou madeira, eles funcionam como divisórias, fachadas ou elementos decorativos. “Os cobogós entregam jogos de sombras fascinantes, dando um toque de ludicidade aos ambientes. São ideais para locais que precisam de privacidade permanente e controle constante de luz, como corredores e fachadas”, avalia o arquiteto.

3. Brises

Criados pelo arquiteto Le Corbusier, os brises são compostos por lâminas dispostas vertical ou horizontalmente e são amplamente utilizados em fachadas corporativas. “Podem ser fixos, móveis ou até automatizados, permitindo personalizar a luminosidade e o conforto térmico ao longo do dia”, afirma Wittmann. Eles são especialmente úteis em fachadas com maior exposição ao sol, ajudando a equilibrar a entrada de luz e calor.

Dicas para Incorporação Estratégica

Raphael Wittmann reforça que não há limitações rígidas para o uso desses elementos. “Um cobogó pode se transformar em uma cabeceira de cama ou balcão de cozinha, enquanto os muxarabis podem ser adaptados como portas de armário ou painéis decorativos em salas. Os brises, por sua vez, podem integrar pergolados ou tetos retráteis, dependendo da funcionalidade desejada”, explica.

A escolha do material também é crucial. Para áreas externas, materiais resistentes ao sol e à chuva, como madeiras tratadas, alumínio ou concreto, são preferíveis. Além disso, a posição do sol deve ser considerada ao decidir entre brises horizontais ou verticais, garantindo eficiência máxima na regulação da luz e do calor.

Automatização: Conforto e Praticidade

Quando o orçamento permite, a automatização de brises ou muxarabis é uma excelente opção para aumentar o conforto e a praticidade no dia a dia. “A articulação desses elementos permite ajustes rápidos e precisos, adaptando-se às condições climáticas e às necessidades dos moradores”, conclui o especialista.

Combinando funcionalidade, estética e sustentabilidade, brises, cobogós e muxarabis são aliados indispensáveis para projetos arquitetônicos modernos e inovadores.

Fonte: Redação

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