Pilots é um termo de origem francesa e significa palafitas. Na arquitetura, diz respeito a um sistema construtivo que usa um conjunto de colunas para sustentar uma edificação e, simultaneamente, deixa o térreo livre. Há ainda literaturas que aportuguesaram o termo para piloti, que pode se referir tanto ao pilar, quanto à técnica.
“Pilotis nada mais é que um pilar com a função de sustentar uma edificação. A diferença é que os pilotis ficam evidentes no pavimento térreo, ao contrário do pilar, que está escondido e incorporado na estrutura”, explica a arquiteta e urbanista Ana Cristina Emrich do escritório Jade Arquitetura e Design.
Segundo a profissional, uma das maiores vantagens dos pilotis é que eles deixam o pavimento térreo livre, que pode ser aproveitado como uma área de convivência ou de lazer. “Outro benefício interessante é que se consegue fazer um nivelamento da construção, sem a necessidade de movimentar terra. Em um terreno com uma topografia muito acidentada, conseguimos nivelar a construção com os pilotis e ainda adicionar uma leveza, com a impressão de que a edificação está ‘flutuando'”, aponta a arquiteta.
Confira seis projetos de casas que usam pilotis como sustentação:
1. Sustentando quatro pavimentos
Manter as majestosas palmeiras e outras árvores frondosas no terreno de 1.029 m², a um quarteirão de uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo, era um dos desafios dos arquitetos do escritório Reinach Mendonça.
Soma-se a isso o desejo dos moradores – um casal e duas filhas adolescentes – de possuir uma casa ampla com a maior área de lazer possível. Para atender a esses pedidos, a solução encontrada no projeto foi organizar todos os cômodos em quatro pavimentos, incluindo o grande subsolo. Resultado: a construção soma 1.350 m².
2. Nivelando um declive
No alto deste terreno com acentuado declive, o escritório 3.4 Arquitetura projetou um prisma de concreto moldado na obra, que se abre inteiramente, orientado para proporcionar vistas ininterruptas da paisagem.
Compacta, na medida para abrigar apenas o proprietário, a casa de 95 m² reflete as necessidades do estilo de vida simples e moderno do morador. A área interna é dividida em espaços modulares e contínuos: um quarto, um banheiro, escritório, cozinha aberta para a sala e lavanderia independente.
3. Uma joia da arquitetura moderna
Foi o primeiro projeto finalizado da arquiteta de origem italiana Lina Bo Bardi, construído no Brasil em uma época onde o nacionalismo era a tendência e havia pouca abertura para mulheres. Localizada no bairro do Morumbi, a Casa de Vidro se tornou a residência de Lina e seu marido.
4. Integração com a natureza
A floresta é a protagonista do hotel Mirante do Gavião, em Novo Airão, na Amazônia. Assinado pela arquiteta Patricia O’Reilly, o nível da construção foi elevado para deixar que a natureza siga crescendo de uma forma selvagem, sem impermeabilizar o solo. Ao levantá-los em pilotis, há ventilação por baixo, que permite reduzir a umidade, diminuindo a temperatura interna.
5. Como suporte de fachada
O arquiteto Adriano Mascarenhas, do escritório Sotero Arquitetos, projetou esta casa-refúgio de 320 m² na Chapada Diamantina. A construção foi dividida em dois volumes que ocupam o mesmo nível em elevação do terreno com acesso em aclive.
Um deles abriga a área social, com cozinha integrada, a suíte do casal e a área de serviço. No outro, ficam a suíte dos filhos adolescentes e o estúdio de dança da mãe deles, que é bailarina.
6. Como palafitas
Esta casa de madeira de 220 m², em um condomínio na Granja Viana, São Paulo, foi projetada pela arquiteta Cristina Xavier. Integrada à natureza, a construção possui três pavimentos, dois suspensos por pilotis e fechados com janelas de vidro, que podem ser abertas, criando uma boa ventilação.