O setor da construção registrou em setembro um leve avanço no Índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador subiu 0,7 ponto em relação a agosto, alcançando 92,3 pontos, após ter recuado 1,1 ponto no mês anterior. Apesar do resultado positivo, a média móvel trimestral ainda mostrou retração de 0,6 ponto, sinalizando oscilações no desempenho do setor.
A melhora foi puxada pelo Índice de Expectativas (IE-CST), que avançou 1,5 ponto e chegou a 92,9, compensando a queda de 0,2 ponto do Índice de Situação Atual (ISA-CST), que caiu para 91,9 pontos — o menor patamar desde fevereiro de 2022, quando havia marcado 91,4 pontos.
De acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV/Ibre, os empresários do setor demonstraram maior pessimismo ao longo do terceiro trimestre. No entanto, a perspectiva de melhora na demanda nos próximos meses reduziu a intenção de demitir, o que pode amenizar a desaceleração registrada recentemente. “Desde abril de 2021, o percentual de empresas que prevê aumento da demanda é superior ao das que projetam queda, mostrando que a percepção de crescimento, ainda que moderado, continua predominante”, destacou.
Outro dado positivo foi o aumento no Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) da Construção, que subiu 0,6 ponto percentual e chegou a 78,8%. Houve avanço tanto no Nuci de Mão de Obra, que cresceu 0,8 p.p., para 80,4%, quanto no de Máquinas e Equipamentos, que aumentou 0,4 p.p., alcançando 73,7%.
Mesmo em um cenário de volatilidade e cautela, os números indicam que a confiança do setor pode estar em processo de recuperação, sustentada pela expectativa de maior demanda e pelo uso mais intenso da capacidade produtiva.
