Fortaleza – CE | terça-feira 30 de setembro de 2025 / 19:29

Construção civil abre mais de 17 mil vagas em agosto, mas juros altos preocupam o setor

Com saldo positivo pelo oitavo mês seguido, empregos na construção civil somam quase 195 mil em 2025, mas especialistas alertam para entraves no crédito

A construção civil voltou a se destacar na geração de empregos formais em agosto, segundo dados do Caged divulgados nesta segunda-feira (29) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O setor criou 17.328 novas vagas com carteira assinada, reforçando sua importância na economia brasileira. Do total, foram 7.001 postos na construção de edifícios, 5.072 em obras de infraestrutura e 5.255 em serviços especializados.

Entre janeiro e agosto, a construção acumulou 194.545 novos empregos, o equivalente a 12,95% das 1,501 milhão de vagas abertas no país. Apesar de ficar abaixo do resultado de 2024, quando o setor gerou 214.676 postos, os números confirmam oito meses consecutivos de crescimento. Atualmente, o setor reúne 3,052 milhões de trabalhadores formais, número próximo ao recorde histórico de 2013, de 3,074 milhões.

Para a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, a expansão reflete o caráter de longo prazo dos investimentos. “Os lançamentos e vendas de anos anteriores seguem impulsionando o mercado de trabalho. Porém, os juros elevados ainda são uma barreira para novos projetos”, afirmou.

O mesmo alerta é feito por Geldo Machado, presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil (SINFAC CE.PI.MA.RN), que destacou o impacto do crédito caro no setor. “Com juros nesse nível, é difícil transformar potencial em novas obras e contratações, o que acaba limitando a expansão”, disse.

As perspectivas mostram que a construção civil continua sendo um motor essencial de absorção de mão de obra, mas a manutenção desse desempenho dependerá de uma melhora nas condições de financiamento. Caso o patamar de juros permaneça elevado, há risco de desaceleração na criação de vagas, atrasando investimentos em infraestrutura e edifícios.

Fonte: Redação

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