Fortaleza – CE | quarta-feira 1 de outubro de 2025 / 20:34

Nova Indústria Brasil projeta R$ 1,6 trilhão em investimentos e coloca a construção no centro da transformação econômica

No Rio Construção Summit 2025, lideranças do setor destacam avanços, gargalos e a necessidade de maior articulação para consolidar a NIB como motor do desenvolvimento sustentável

A Nova Indústria Brasil (NIB), política federal criada para impulsionar a reindustrialização, a inovação e a competitividade da indústria nacional, começa a gerar efeitos positivos na percepção de empresários da construção civil. Ainda assim, especialistas apontam que os instrumentos da iniciativa precisam amadurecer para garantir um ciclo sólido de desenvolvimento sustentado. A inclusão do setor como prioridade na política industrial foi considerada um acerto, mas sua consolidação exige maior articulação de recursos e uma estratégia alinhada às necessidades do país.

O tema foi debatido na mesa-redonda “Diálogo Público-Privado – A Nova Indústria Brasil e a Construção: Avanços, Investimentos e Gargalos”, realizada no primeiro dia do Rio Construção Summit 2025, promovido pelo Sinduscon-Rio com apresentação da Firjan e parceria estratégica da CBIC. O evento, que segue até 26 de setembro no Píer Mauá, reúne lideranças para discutir investimentos e desafios da política industrial.

Segundo Renato Correia, presidente da CBIC, a NIB tem horizonte de dez anos e requer ajustes em suas ferramentas. Ele lembrou que a Missão 3 da NIB, voltada para infraestrutura, habitação e mobilidade sustentável, prevê R$ 1,6 trilhão em investimentos, colocando a construção no centro de uma agenda transformadora. Correia também destacou o papel do BNDES como agente fundamental de financiamento e fomento.

Os dirigentes avaliaram que a política já mostra resultados, com aumento dos investimentos e criação de mecanismos inovadores de estímulo. Para Uallace Moreira, secretário do MDIC, a retomada do crescimento já traz impactos para o setor. “A indústria da construção precisa assumir maior protagonismo, fortalecendo os instrumentos de política pública para que a NIB acelere a industrialização do setor”, afirmou.

O presidente da ABDIB, Venilton Tadini, destacou que ainda falta sinergia entre as ações. Ele lembrou que o BNDES retomou seu papel de banco de fomento, abrindo novas fontes de financiamento que podem gerar R$ 150 bilhões em 2025, mas criticou a aplicação de recursos de emendas parlamentares. “As prioridades no orçamento precisam melhorar. Só em rodovias serão R$ 20 bilhões, enquanto as emendas podem alcançar R$ 58 bilhões”, disse, defendendo uma visão de longo prazo para infraestrutura.

Na mesma linha, Humberto Rangel, diretor executivo do Sinicon, defendeu estimular as exportações de serviços de construção e reforçou a necessidade de uma agenda estratégica para o país. “Precisamos enfrentar preconceitos e cobrar mais efetivamente do Congresso e do governo federal para avançar com uma pauta relevante para o Brasil”, declarou.

O presidente da ABCP, Paulo Camillo Penna, ressaltou que a NIB deve estar alinhada à transição climática. Ele destacou o papel da taxonomia verde para ampliar a competitividade internacional e citou iniciativas como o projeto “Se Essa Rua Fosse Minha”, realizado pela CBIC em parceria com o Ministério das Cidades, que testa novos pavimentos urbanos em diversas cidades. Penna também mencionou soluções em alvenaria estrutural de concreto para o Minha Casa, Minha Vida e defendeu menos burocracia e maior uniformidade na legislação entre estados e municípios.

O Rio Construção Summit 2025 conta com apoio do Sinicon, CNI e FIIC, patrocínio master da Prefeitura do Rio/Invest.Rio e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, além de Sebrae, Confea e CREA-RJ. A Caixa atua como banco oficial, a Águas do Rio como parceira, com apoio de CAU-RJ, Light e PMI.

Fonte: Redação

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