Ao contrário do que muitos pensam, não é só o nosso lar que deve ser aconchegante. Na verdade, todo tipo de edificação deveria ser planejada pensando na melhoria da qualidade de vida de quem vai habitar ou trabalhar nela e isso inclui os edifícios comerciais.
Segundo Sarah Billington e James Landay, engenheiros da Universidade de Stanford, muitos edifícios contribuem para problemas como depressão, estresse, falta de motivação e mais. Todos esses fatores contribuem para o absenteísmo no trabalho, o qual e responsável por uma perda aproximada de 226 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos.
![edifícios comerciais](https://i2.wp.com/engenharia360.com/wp-content/uploads/2019/08/projetar-edificios-engenharia-360-2.jpg?resize=1024%2C683&ssl=1)
Esse problema acontece porque muitos trabalhadores ficam enclausurados em escritórios fechados, sem ar fresco, luz solar ou contato com a natureza. Muitas vezes, a única paisagem disponível é a da mesa do colega ao lado. Um estudo mostrou que a falta da natureza em escritórios pode ser responsável por uma perda de até 23 bilhões por ano.
Devido a isso, Billington e Landay coordenam um projeto de pesquisa interdisciplinar que pretende inovar a arquitetura desses edifícios. A ideia é incluir recursos como materiais naturais, plantas, iluminação que imita a luz solar e mais.
Como projetar edifícios comerciais pensando em pessoas?
Uma proposta é partir do fato de que uma conexão com a natureza reduz a pressão arterial e os batimentos cardíacos e melhora a saúde mental e o humor. Em hospitais, já foi mostrado que os pacientes com uma visão da natureza se recuperam mais rápido.
Assim, a estratégia é bem óbvia: trazer elementos da natureza para o ambiente. Isso pode ser proporcionado por meio de paredes modulares que permitam a passagem de ventilação natural, vidros que mudam a iluminação e/ou mostram paisagens, flores nos corredores em direção às escadas, etc. Tuido isso pode ser ampliado com o uso da tecnologia.
![edifícios comerciais](https://i2.wp.com/engenharia360.com/wp-content/uploads/2019/08/projetar-edificios-engenharia-360-3-2.jpg?resize=1024%2C640&ssl=1)
A pesquisa de Billington e Landay visa medir o bem-estar de uma pessoa em um edifício e o quanto ele muda com a alteração dos elementos do ambiente. Isso envolve não só captar a percepção das pessoas como também fazer medidas no local (ruído, iluminação, qualidade do ar, etc.).
Inicialmente, parece que o projeto trará gastos desnecessários. Porém, ele se revela um investimento valioso. Isso acontece porque, uma vez que as pessoas tendem a adoecer menos, os custos com os funcionários reduz. Ainda, um funcionário mais feliz também tem melhor rendimento e é motivado.
De modo geral, o projeto dos engenheiros mostra a tendência dos edifícios do futuro. As edificações tendem a ser não só inteligentes, cheias de tecnologias e sustentáveis, mas também voltadas para quem vai trabalhar ou morar ali. Para isso é preciso centrar o projeto no ser humano (sem esquecer da parte sustentável, claro), ou seja, criar projetos que pensem em quem ocupará o espaço, no conforto e na qualidade de vida.
Essa forma de projetar é, sem dúvida, um diferencial nos projetos que pode fazer toda a diferença no mercado competitivo. Como engenheiro(a) que visa transformar o mundo, aí está o primeiro passo.