A modernização da construção civil, impulsionada por inovações tecnológicas e novos modelos produtivos, foi o foco do painel Como preparar sua empresa para as Plataformas Abertas de Produto, realizado nesta quarta-feira (9/4) durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). O evento, promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ocorre simultaneamente à 29ª edição da Feicon, no São Paulo Expo.
Durante o debate, especialistas destacaram que a industrialização da construção é essencial para aumentar a produtividade, reduzir desperdícios e tornar os canteiros de obras mais organizados e sustentáveis. Segundo Dionyzio Klavdianos, vice-presidente de Inovação da CBIC e mediador do painel, o sucesso da transformação digital depende da cooperação entre empresas e instituições. “As plataformas abertas estão ganhando espaço e contribuem para obras mais rápidas, seguras e com melhor custo-benefício”, afirmou.
Parcerias e novos guias para o setor
Uma das iniciativas abordadas no encontro foi a parceria entre a CBIC e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que resultou na elaboração do Guia de Desenvolvimento e Adoção de Plataformas de Produto na Construção. O material oferece orientações para empresas que buscam migrar do modelo tradicional para uma abordagem industrializada, alinhada às diretrizes do programa Construção 2030.
Segundo Fábio Queda, professor titular da UFPE, o guia se baseia em experiências internacionais e propõe soluções práticas para facilitar a adoção de novos materiais e métodos de construção. “A ideia é mostrar como essas plataformas podem ser incorporadas gradualmente, com foco em eficiência e sustentabilidade”, explicou.
Mudança de mentalidade e novos perfis profissionais
O avanço da industrialização também exige transformação nas próprias construtoras, que passam a atuar como montadoras, utilizando componentes padronizados. “Há uma mudança de papel das empresas, que agora precisam de profissionais com perfil mais técnico, como projetistas”, pontuou Paulo Sérgio de Oliveira, CEO da Aratau e presidente do Conselho do Clube da Construção Civil (C3).
As startups desempenham papel importante nesse processo, oferecendo soluções ágeis e contribuindo para a inovação sistêmica do setor. A pressão por produtividade e redução de custos acelera essa transição, exigindo das construtoras maior flexibilidade e capacidade de adaptação.
Capacitação e processos em constante evolução
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) também participa ativamente desse movimento, apoiando empresas na capacitação de profissionais e no desenvolvimento de novos processos. “As tecnologias estão em constante evolução, e é essencial que estejam disponíveis para toda a cadeia produtiva”, destacou Flávio Marinho, gerente de Inovação e Tecnologia do SENAI.
Eficiência com obras modulares
Ricardo Mateus, CEO da Brasil ao Cubo, reforçou os benefícios da padronização e da construção modular. Sua empresa fornece estruturas pré-fabricadas que aceleram significativamente os cronogramas das obras. “Conseguimos atender um número maior de clientes, que hoje buscam soluções mais limpas, rápidas e de qualidade. As construções modulares representam esse novo caminho”, afirmou.
O tema também está conectado ao projeto A Conformidade no Setor da Construção, desenvolvido pela COMAT/CBIC em parceria com o SENAI, e reforça a importância de estabelecer padrões que garantam qualidade e eficiência em todo o setor.
