Fortaleza – CE | terça-feira 17 de junho de 2025 / 22:35

Máquina que imprime casas com plástico reciclado avança e promete revolucionar a construção civil

Tecnologias desenvolvidas em 2025 apostam em sustentabilidade, velocidade e baixo custo para transformar obras em todo o mundo

A construção civil vive um momento de transformação radical. O que antes parecia ficção científica agora se materializa em canteiros de obras com impressoras 3D capazes de erguer casas e edifícios inteiros. Em 2025, startups e centros de pesquisa ao redor do mundo, como um polo de inovação na Lituânia, trabalham para tornar a construção mais rápida, econômica e, principalmente, sustentável — utilizando resíduos da construção e plásticos reciclados como matéria-prima.

Enquanto o setor global de construção 3D passa por uma expansão veloz e simultaneamente por ajustes estruturais, novas soluções surgem para responder aos desafios da crise habitacional e à geração massiva de resíduos pela construção tradicional. A tecnologia se mostra uma promessa concreta de mudança, camada por camada.

Lituânia aposta em concreto sustentável para impressão de edifícios
Na vanguarda dessa revolução está a Universidade de Tecnologia de Kaunas (KTU), na Lituânia, que desenvolve um tipo de concreto feito com resíduos industriais. O projeto, batizado de TRANSITION e financiado pela União Europeia, utiliza cinzas de xisto betuminoso — subproduto de usinas de energia — como substituto do cimento, um dos maiores emissores de CO₂ na construção.

Ao invés de construir impressoras, a estratégia lituana é fornecer a “receita” do material, possibilitando sua aplicação em diversas impressoras 3D existentes. Essa abordagem posiciona o país como um futuro hub global de inovação em materiais sustentáveis para a indústria da construção.

Avanços e desafios do mercado global de construção 3D
O ano de 2025 é marcado por avanços emblemáticos, como a inauguração da primeira loja da Starbucks feita com impressão 3D no Texas — uma obra concluída em apenas seis dias. Ao mesmo tempo, o setor encara dificuldades: empresas como a ICON, uma das líderes globais, reduziram 25% da equipe, enquanto startups como Mighty Buildings e Diamond Age buscaram compradores ou fecharam suas portas.

O contraste entre inovação e instabilidade expõe um mercado em fase de amadurecimento. Embora a tecnologia já se prove funcional, os modelos de negócios ainda precisam se consolidar para garantir sustentabilidade financeira.

Concreto ecológico ou plástico reciclado? Disputa define o futuro da impressão 3D
Duas correntes tecnológicas disputam o protagonismo da construção 3D. De um lado, a evolução do concreto com menor emissão de carbono, como o CarbonX da ICON e o composto da KTU. De outro, soluções mais disruptivas, como a da startup americana Azure Printed Homes, que substitui totalmente o concreto por plástico reciclado.

A escolha entre melhorar o concreto ou abandoná-lo pode definir o rumo do setor nas próximas décadas, influenciando políticas ambientais, investimentos e padrões construtivos.

Azure Printed Homes: o sucesso de imprimir casas com 100 mil garrafas plásticas
A Azure Printed Homes é a empresa que mais se destaca nesse cenário. Utilizando mais de 60% de plástico reciclado misturado com fibra de vidro, a startup imprime módulos em sua fábrica em Los Angeles, que depois são transportados e montados no local da obra.

Cada pequeno estúdio de 11 m² reutiliza o equivalente a 100 mil garrafas PET. Em abril de 2025, a empresa acumulava US$ 35 milhões em pré-encomendas e, um mês depois, foi avaliada em US$ 88 milhões — um indicativo claro do potencial da tecnologia.

Os números que sustentam a promessa da impressão 3D na construção
A impressão 3D promete resolver alguns dos maiores problemas da construção tradicional. A velocidade é até 50% maior, permitindo erguer estruturas em menos de um dia. Os custos de mão de obra caem até 80% e o desperdício de material pode ser reduzido em até 60%. Além disso, o uso de recicláveis contribui para um setor mais limpo.

Com tantos avanços, a impressão 3D se consolida como uma das maiores apostas para um futuro onde construir será mais rápido, barato e ecologicamente responsável.

Fonte: Redação

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