Fortaleza – CE | quarta-feira 22 de janeiro de 2025 / 05:56

O cenário das obras de infraestrutura no Brasil: o que pode mudar?

Entra ano e sai ano, mas alguns problemas de manutenção das estradas e elementos que a compõem permanecem. Falamos em estradas porque se trata do principal modal das obras de infraestrutura no Brasil, em torno do qual gira grande parte

Entra ano e sai ano, mas alguns problemas de manutenção das estradas e elementos que a compõem permanecem. Falamos em estradas porque se trata do principal modal das obras de infraestrutura no Brasil, em torno do qual gira grande parte da economia.

O retrato atual das obras de infraestrutura no Brasil

Vamos começar com as rodovias. Elas são divididas em federais, estaduais e municipais.

O Brasil tem cerca de 1,7 milhão de quilômetros de rodovias e apenas 10% desse valor são pavimentadas. E desses 10%, boa parte encontra-se em condições críticas – sejam deterioradas, com buracos, pontes e viadutos carecendo de manutenção, e por aí vai.

Rodovia esburacada

Nesse cenário, infelizmente, não é nenhuma surpresa a quantidade de acidentes e mortes que ocorrem diariamente nessas vias.

Mas por que isso ocorre? Por que algumas estradas ou outras obras de infraestrutura apresentam-se em condições ótimas e outras tão precárias?

Entendendo o problema

O modelo das concessionárias

Há diversos exemplos de estradas que são modelos de engenharia – com boa execução e manutenção adequada. No Estado de São Paulo, a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) é um exemplo de uma estrada bem cuidada.

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O padrão que se observa é que as rodovias que se apresentam íntegras e tecnicamente seguras são geridas por concessionárias.

O modelo de concessão é relativamente simples: através de uma licitação, dá-se a concessão para que uma empresa faça a gestão da rodovia, mediante a cobrança de pedágio (que entra como receita bruta). Contratualmente, durante o período de gestão acordado, a empresa se responsabiliza pela manutenção periódica, garantindo condições seguras para os usuários. A fonte dos recursos para a concessionária pagar sua própria estrutura e contratar as obras de manutenção necessárias é a receita advinda do pedágio.

São exemplos de empresas gestoras/concessionárias: Autoban (rodovia dos Bandeirantes), Nova Dutra (BR-116, Via Dutra, trecho entre São Paulo e Rio de Janeiro), Ecovias (rodovia dos Imigrantes), dentre outras.

Em relação à manutenção dessas rodovias, é algo periódico. São realizadas inspeções de rotina e, quando mapeado um problema – como, por exemplo, armadura exposta na laje de fundo de um viaduto ou talude parcialmente desmoronado -, quase que imediatamente se procede com um planejamento de intervenção para correção e readequação das condições de segurança da via.

O outro lado da história

As rodovias que se encontram em condições críticas de tráfego, evidentemente, não apresentam manutenção adequada. Nesses casos, o problema é a falta de um plano adequado de manutenção capaz de fazer rapidamente as obras necessárias para garantir o tráfego seguro.

Lembrando que isso não é culpa de governo ‘A’ ou ‘B’! Não é novidade para ninguém que existem muitas desigualdades no Brasil. Também que o nosso país ainda é emergente, com menos condições financeiras, se comparado a países de primeiro mundo. E que muitos problemas se arrastam por décadas e esbarram em dificuldades ainda não superadas – discussões ainda não esclarecidas.

Ou seja, o caminho para mudar o cenário das obras de infraestrutura no país ainda é longo. Resta para nós continuarmos exigindo de todos os candidatos eleitos que cumpram seu papel de bom gestor!

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Possíveis soluções

Uma solução para melhorar a condição das rodovias brasileiras seria ceder a mais concessionárias as gestões de estradas. Mas, evidentemente, isso tem um custo para o usuário (pedágio).

Outro caminho seria criar um novo departamento governamental capaz de gerir o que precisa ser feito num modelo diferente do que se tem feito até hoje. Claro que algumas questões permaneceriam, independente disso, como os custos de impostos pago pelos contribuintes.

Enfim, seria muito bom poder presenciar a concretização de mais planos baseados em conhecimento técnico e científico; produções ecológicas e sustentáveis resultantes da experiência e conhecimento de nossos engenheiros! E o Brasil tem, sim, profissionais bastante capacitados e prontos para trabalhar a favor do crescimento nacional!

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O Brasil é grandioso! E não trabalhamos em vão! Parte dos impostos que pagamos – sem falar receitas vindas do IPVA – são direcionados para o Ministério de Infraestrutura. Vamos apostar que a atual e futuras equipes técnicas consigam direcionar ainda melhor os recursos necessários à manutenção das nossas estradas!

Fonte: Engenharia360