Gêmeos digitais, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) estão impulsionando a eficiência no setor de saneamento, marcando a era do saneamento 4.0. Segundo especialistas, essas tecnologias estão transformando a infraestrutura hídrica.
O papel dos gêmeos digitais no saneamento
Gêmeos digitais são representações virtuais de equipamentos, sistemas ou processos físicos, que permitem simular, monitorar e otimizar operações em tempo real. Segundo especialista, “Temos visto réplicas virtuais completas dos sistemas que compõem o ecossistema do saneamento”.
Entre as aplicações destacadas estão o funcionamento de estações de tratamento, monitoramento em tempo real de ativos estratégicos, validação de modelos hidráulicos e previsão do comportamento de sistemas em diferentes condições operacionais.
Manutenção preditiva e planejamento aprimorado
A manutenção preditiva como um dos principais benefícios dos gêmeos digitais, permitindo antecipar falhas e programar intervenções com base na análise de dados como pressão e vazão. “Com o monitoramento contínuo, é possível estender a vida útil dos equipamentos e evitar problemas como vazamentos e entupimentos”.
Além disso, os gêmeos digitais possibilitam simular cenários extremos, como secas ou chuvas intensas, e planejar ações para minimizar riscos operacionais.
Integração com IoT e IA: aumentando a eficiência
A integração com sensores IoT e ferramentas de IA é essencial para a eficácia dos gêmeos digitais. “Os dados em tempo real alimentam os modelos simulados, enquanto a IA analisa essas informações para detectar anomalias e prever demandas futuras”.
Esses dados, organizados em dashboards inteligentes, facilitam a tomada de decisão baseada em informações mais precisas e em maior volume do que seria possível por métodos tradicionais.
Casos de sucesso no Brasil e no mundo
Especialistas citam exemplos internacionais de sucesso, como Singapura, Inglaterra, Malásia, Dinamarca e Itália, onde o uso de gêmeos digitais resultou em ganhos como a redução de perdas de água, aumento da eficiência operacional e melhoria dos serviços.
No Brasil, destaca-se o caso da Sabesp, que utilizou a plataforma OpenFlows WaterSight para melhorar a detecção de falhas e o monitoramento da rede, e da Aegea, que implementou um gêmeo digital no distrito de São Jorge, em Manaus, resultando em maior visibilidade operacional e manutenção preditiva eficaz.
“Em geral, as implementações de gêmeos digitais apresentam retorno sobre investimento em menos de 18 meses, além de melhorias significativas na eficiência e redução de custos operacionais”.