A modernização da indústria brasileira tem encontrado nas tecnologias de medição e controle um caminho direto para ganhos expressivos em produtividade, qualidade e eficiência. De acordo com levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), empresas que participaram de projetos-piloto de Indústria 4.0 tiveram um aumento médio de 22% na produtividade ao adotar sensores, Internet das Coisas (IoT) e coleta de dados em tempo real.
O estudo, realizado em 2019 com 43 indústrias em 24 estados, mostrou que micro, pequenas e médias empresas obtiveram resultados significativos com tecnologias acessíveis e de rápida implementação, como sensores e conectividade básica.
Guilherme Lopes, diretor da fabricante nacional Sensym, especializada em instrumentos de medição e controle de processos industriais, ressalta que essas soluções são transformadoras. “Ao configurar sensores sob medida e integrar sistemas de controle, o chão de fábrica se torna mais confiável, monitorável e eficiente”, afirma.
Pilar da Indústria 4.0 no Brasil
A evolução industrial brasileira se apoia fortemente em tecnologias como IoT industrial, sensores inteligentes e sistemas de execução de manufatura (MES). Essas soluções capturam dados diretamente das máquinas, monitoram o desempenho produtivo e geram dashboards com indicadores em tempo real, como o OEE (Overall Equipment Effectiveness).
Com esses dados, é possível realizar análises preditivas de falhas, otimizar o controle de qualidade e tomar decisões mais rápidas e precisas — tudo em um ambiente de produção conectado e responsivo.
Redução de perdas e aumento da eficiência financeira
Ao diminuir a variabilidade dos processos, a instrumentação contribui para elevar a previsibilidade da produção e reduzir perdas e retrabalho. Além disso, com menor necessidade de paradas e operação mais estável, o ritmo produtivo melhora consideravelmente.
No aspecto financeiro, os ganhos são igualmente relevantes: empresas que implementaram sistemas de medição e controle conseguiram reduzir em até 18% os custos operacionais e em 16% os custos administrativos, segundo dados consolidados. A segurança também avança, com sensores monitorando condições críticas e prevenindo riscos industriais.
Tecnologia como diferencial competitivo
Segundo Guilherme Lopes, os avanços obtidos com a instrumentação vão além da automação. “Essas tecnologias tornam os processos mais transparentes e ajustáveis, entregando resultados concretos em produtividade e confiabilidade”, destaca.
Para ele, a decisão de investir em automação industrial e sistemas de controle deve considerar o retorno mensurável dessas soluções. Dados do SENAI demonstram que a adoção da Indústria 4.0 não é apenas viável, mas estratégica — especialmente para empresas que buscam se manter competitivas em um mercado cada vez mais exigente e conectado.