A recente elevação da taxa Selic para 15% ao ano, anunciada pelo Banco Central, acende um alerta para empresas de infraestrutura e construção civil. O novo patamar, o mais alto em quase 20 anos, aumenta significativamente o custo do crédito, dificultando a aquisição de máquinas e equipamentos e pressionando o fluxo de caixa de negócios que operam com alta demanda de capital.
No setor de máquinas da linha amarela — que inclui escavadeiras, pás carregadeiras e retroescavadeiras —, o ano de 2024 foi marcado por um desempenho expressivo: 36,9 mil unidades vendidas, alta de 14% em relação ao ano anterior. O resultado consolidou o período como o segundo melhor da série histórica, impulsionado por projetos de infraestrutura em todo o país.
Contudo, para 2025, as perspectivas são de crescimento modesto de apenas 1%, reflexo direto da conjuntura econômica mais restritiva. O impacto da Selic elevada é sentido tanto pelos fornecedores quanto pelos compradores de equipamentos, reduzindo a capacidade de investimento e inibindo novas obras.
“A alta dos juros prejudica toda a cadeia produtiva. Crédito mais caro reduz o ritmo dos investimentos, compromete o crescimento do setor e impacta negativamente a geração de empregos”, afirma Alexandre Petkow, sócio-fundador da WPX, empresa atuante no fornecimento de equipamentos para obras.
Segundo Petkow, a infraestrutura é um dos motores da economia real, e precisa de estímulos para se manter competitiva e ativa. “Precisamos de uma política macroeconômica que considere os efeitos práticos sobre setores que geram riqueza e desenvolvimento. Não se cresce um país sem investir em infraestrutura”, acrescenta.
Mesmo diante do cenário adverso, a WPX mantém o foco na eficiência operacional e no planejamento estratégico, buscando garantir a sustentabilidade de suas operações. A empresa defende que, para assegurar o crescimento de longo prazo, é fundamental adotar medidas que incentivem a produção e o investimento, especialmente em áreas que movimentam amplos setores da economia.
Enquanto a Selic em 15% impõe limites severos ao financiamento de novos projetos, o setor aguarda sinais de equilíbrio entre o combate à inflação e a necessidade de fomentar a economia. Para empresas como a WPX, encontrar esse ponto de equilíbrio será essencial para atravessar 2025 com competitividade.