Fortaleza – CE | terça-feira 17 de junho de 2025 / 08:00

Brasil deve ultrapassar Europa como 2º maior mercado da John Deere nos próximos anos

Crescimento agrícola e demanda por maquinário devem impulsionar posição estratégica do país no mercado global da fabricante.

A John Deere, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, está de olho no Brasil. A empresa norte-americana projeta que, nos próximos cinco a dez anos, o país sul-americano se tornará seu segundo maior mercado mundial, ultrapassando a Europa em volume de vendas de tratores, colheitadeiras e outros equipamentos.

Essa expectativa é sustentada pelo crescimento acelerado da produção agrícola brasileira. Segundo Joshua Jepsen, diretor financeiro da John Deere, e Cristiano Correia, vice-presidente de sistemas de produção para a América Latina, o país deve liderar em expansão na semeadura e colheita de culturas como soja, milho e cana-de-açúcar.

“Quando analisamos os dados de produção de grãos, especialmente soja e milho, para os próximos dez anos, nenhuma outra região do mundo apresenta uma taxa de crescimento tão expressiva quanto a do Brasil”, afirmou Correia. Jepsen reforçou que “o Brasil é cada vez mais estratégico para a nossa atuação global”.

Investidores internacionais voltam os olhos para o Brasil

Refletindo essa importância crescente, a Deere promoveu seu primeiro evento para investidores no Brasil em mais de uma década. O encontro reuniu cerca de 40 participantes vindos dos Estados Unidos, Europa, Japão e Canadá — sinal claro do interesse internacional no mercado agrícola brasileiro.

Durante o evento, a companhia revelou previsões animadoras: espera-se um crescimento de 27% na área plantada com grãos no Brasil até 2035. Além disso, a produção de etanol de milho deve dobrar no mesmo período, o que deve ampliar a demanda por máquinas agrícolas específicas para esse segmento.

Crescimento sustentável após período de retração

Embora as vendas de maquinário agrícola tenham sofrido queda nos últimos anos — impulsionadas pela desvalorização das commodities e pelo recuo no poder de compra dos produtores rurais — a John Deere aposta em uma retomada. A reposição de estoques nas concessionárias e a expectativa de melhoria no cenário macroeconômico reforçam essa projeção.

Para o ano fiscal de 2025, a empresa prevê estabilidade nas vendas totais na América do Sul, mas estima um aumento de mais de 10% nos embarques de equipamentos de suas fábricas para concessionárias brasileiras, conforme destacou Correia.

Perspectiva positiva para o agro nacional

A combinação de tecnologia, expansão agrícola e aumento da demanda energética posiciona o Brasil como um protagonista no cenário agrícola global. A estratégia da John Deere aponta para investimentos contínuos e reforço de operações locais, acompanhando de perto o ritmo acelerado do agro brasileiro.

Se as previsões se confirmarem, o Brasil se consolidará como um dos pilares do crescimento da empresa nas próximas décadas, superando até mercados historicamente consolidados como o europeu.

Fonte: Redação

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