O agronegócio brasileiro ganhou seu primeiro retrato detalhado da frota de máquinas agrícolas em operação no país. O Panorama Setorial de Máquinas Agrícolas no Brasil 2025, desenvolvido pela [BIM]³ – Boschi Inteligência de Mercado, consolida dados inéditos sobre tratores, colheitadeiras e pulverizadores, além de traçar tendências de consumo, renovação e demandas tecnológicas que impactam diretamente a mecanização rural.
Segundo Luis Vinha, sócio-diretor da [BIM]³, o estudo contempla culturas estratégicas como soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, café, algodão e arroz. A amostra, com mais de 700 entrevistas em todas as regiões do país entre fevereiro e julho de 2025, teve foco em grandes propriedades rurais, responsáveis por mais de 60% da base pesquisada. Para assegurar a representatividade, foi aplicada reponderação estatística, garantindo resultados consistentes e com margem de erro de 3,4 pontos percentuais.
O levantamento aponta que a frota brasileira soma cerca de 1,65 milhão de unidades, sendo 1,35 milhão de tratores, 217 mil colheitadeiras e 82,5 mil pulverizadores. A idade média do parque é de 15 anos – 18 nos tratores, 10 nas colheitadeiras e 8 nos pulverizadores. Mais da metade dos equipamentos ultrapassa 15 anos de uso, revelando o atraso na renovação tecnológica. Além disso, apenas 33,9% das propriedades possuem acesso à internet, limitando a adoção de tecnologias mais avançadas.
Outro destaque do Panorama 2025 está no perfil dos compradores. A Geração X lidera as decisões, com 39% das aquisições, seguida pela Geração Y (24%), Geração Z (15%) e Baby Boomers (12%). Em mais de 70% dos casos, a compra é feita diretamente pelos proprietários ou familiares, reforçando o caráter estratégico do investimento. No cultivo do café, por exemplo, 18% das escolhas já são lideradas por mulheres, sinalizando maior presença feminina na gestão do campo.
Os resultados são disponibilizados em relatório completo, análises especiais e em um dashboard interativo, que permite cruzar dados por marca, cultura, região e faixa etária. Para Gregori Boschi, sócio-diretor da [BIM]³, a iniciativa fortalece o papel da empresa como parceira de inteligência do agronegócio:
“Nosso objetivo é transformar informações complexas em inteligência prática, ajudando fabricantes, distribuidores, instituições financeiras e produtores a tomarem decisões mais assertivas”, destaca.
Com esse raio-x inédito, o setor ganha uma ferramenta estratégica para compreender a realidade atual e planejar o futuro da mecanização agrícola no Brasil.
