Fortaleza – CE | sexta-feira 14 de março de 2025 / 12:42

Setor de máquinas e equipamentos enfrenta desafios, mas aponta perspectivas positivas com crescimento da locação

Importações crescem 25%, enquanto receita interna cai 11%; expansão da construção civil impulsiona demanda por locação de equipamentos

O setor de máquinas e equipamentos encerrou 2024 com um cenário misto, refletindo desafios estruturais e oportunidades para ajustes no mercado. De acordo com o relatório da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) , grande parte dos investimentos no setor ocorreu por meio da importação , que cresceu 25% , atingindo o segundo maior nível histórico, atrás apenas do recorde registrado em 2013.

Por outro lado, a produção doméstica de bens de capital apresentou resultados concentrados em três segmentos: bens de capital de transporte , equipamentos de informática e produtos eletrônicos , e máquinas, aparelhos e materiais elétricos . Apesar disso, o setor como um todo registrou desempenho inferior ao de 2023, com queda na receita líquida interna e retração no consumo aparente.

Dados principais do estudo

  • O consumo aparente de máquinas e equipamentos teve uma leve retração de 0,2% em 2024.
  • A receita líquida interna do setor caiu 11% , reduzindo sua participação no mercado nacional para 54% , uma queda de seis pontos percentuais em relação a 2023.
  • As importações de máquinas e equipamentos aumentaram 16,6% , impulsionadas pela dependência de produtos estrangeiros, especialmente da China, que ampliou sua fatia nas importações brasileiras de 17% em 2013 para 31,5% em 2024 .

No comércio exterior, as exportações caíram 5,5% , mas ainda assim alcançaram o segundo maior nível da história, ficando atrás apenas dos US$ 14 bilhões exportados em 2023.

Impacto econômico e transformação do setor

O estudo destaca que a participação das importações na economia brasileira mudou significativamente nos últimos anos. Enquanto a taxa de investimento do país era de 21% do PIB em 2013 , em 2024 esse índice caiu para 17% , impactando negativamente a indústria nacional.

José Antônio Valente, diretor da Franquias Trans Obra , empresa especializada em locação de equipamentos para construção civil, afirmou que o relatório reflete um cenário desafiador para o setor, mas também ressalta oportunidades. “A alta de 25% nas importações e a desvalorização do real tornam a aquisição direta de máquinas menos viável para pequenas e médias empresas. Nesse contexto, as franquias de locação se consolidam como uma alternativa estratégica, permitindo acesso a maquinário moderno sem grandes investimentos iniciais”, explicou.

Perspectivas para 2025

Apesar das dificuldades enfrentadas em 2024, o setor projeta uma recuperação modesta para 2025. A previsão é de crescimento de 3,7% na receita líquida de vendas , após três anos consecutivos de retração. No mercado doméstico, o crescimento esperado é de 2,3% , enquanto as exportações devem permanecer estáveis, beneficiadas pela desvalorização do real frente ao dólar.

O crescimento da construção civil em 4,2% e o aumento da formação bruta de capital fixo são fatores que demonstram uma demanda crescente por equipamentos, especialmente para a modernização do parque de máquinas.

O papel estratégico da locação de equipamentos

Para José Antônio Valente, o aumento das importações e os desafios relacionados à aquisição de máquinas destacam a importância do setor de locação. “O setor de locação se apresenta como um pilar fundamental para manter a competitividade e eficiência das obras no Brasil. Empresas de todos os portes podem acessar tecnologia de ponta sem comprometer seu fluxo de caixa, o que é essencial em um momento de incertezas econômicas”, concluiu.

Com isso, o setor de máquinas e equipamentos segue em busca de recuperação, apostando na modernização e na adaptação às novas dinâmicas do mercado, com o segmento de locação emergindo como uma solução estratégica para superar os desafios atuais.

Fonte: Redação

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