Fortaleza – CE | domingo 3 de agosto de 2025 / 10:32

Tarifas dos EUA terá forte impacto no setor de máquinas, segundo Abimaq

Sem exceções nas novas tarifas, indústria de máquinas e equipamentos amarga prejuízo bilionário e encontra dificuldades para redirecionar exportações para outros mercados

A recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros atingiu com força a indústria nacional de máquinas e equipamentos, tornando esse setor o mais prejudicado em termos de faturamento. A informação foi destacada por José Velloso, presidente executivo da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), que acompanha de perto os impactos econômicos da medida.

Com exportações que somaram US$ 3,6 bilhões em 2024, o segmento de máquinas não foi incluído na lista de exceções concedidas pelo governo norte-americano. Segundo Velloso, a ausência de isenção pode estar diretamente ligada ao fato de o setor representar uma concorrência significativa para os próprios Estados Unidos, que figuram entre os maiores produtores mundiais ao lado de China e Alemanha.

No cenário da balança comercial, os números expõem um desequilíbrio: em 2024, os Estados Unidos exportaram US$ 4,7 bilhões em máquinas para o Brasil, resultando em um déficit comercial de US$ 1,1 bilhão para a indústria brasileira. A tentativa de buscar outros mercados, no entanto, enfrenta desafios técnicos relevantes.

Um dos principais entraves está nas normas específicas do mercado americano, que utiliza polegadas, libras e padrões regulatórios distintos. Muitos produtos são projetados exclusivamente para atender essas exigências, o que limita sua adaptação rápida a países que seguem o sistema métrico. Com isso, a estratégia de redirecionar as exportações para outras regiões se torna mais complexa e demorada.

Apesar do cenário desfavorável, há um movimento de alívio parcial. Os EUA anunciaram a redução de cerca de 40% na lista de produtos tarifados, fazendo com que a tarifa média caísse de 50% para 31%. A medida é vista por Velloso como uma oportunidade para o Brasil avançar em negociações diplomáticas, evitando recorrer a retaliações comerciais que possam agravar ainda mais a situação.

“O momento exige cautela e inteligência nas tratativas. Devemos usar a abertura criada com a redução das tarifas como uma porta para o diálogo construtivo com os EUA”, pontua o executivo.

A expectativa da Abimaq é de que o governo brasileiro busque acordos bilaterais, reforçando a posição do país na defesa da indústria nacional e mitigando os impactos das restrições tarifárias impostas pelo maior parceiro comercial das Américas.

Fonte: Redação

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